CASERNA

Major Curió, símbolo da tortura na Ditadura e ídolo de Bolsonaro, morre aos 87 anos

Em entrevistas, o militar reconheceu e apresentou documentos que indicaram a execução de 41 militantes de esquerda na região do Araguaia, nos anos 70. Ele foi recebido por Bolsonaro no Planalto em 2020.

Bolsonaro e o major Sebastião Curió, que praticou homicídios na Ditadura.Créditos: Presidência da República
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Recebido no Planalto e homenageado por Jair Bolsonaro (PL) em maio de 2020, o tenente-coronel reformado do Exército, Sebastião Curió Rodrigues de Moura - conhecido como Major Curió - morreu às 2 horas da madrugada desta quarta-feira (17) em um hospital particular em Brasília. Internado havia dois dias, ele teve sepse (antigamente conhecida como septicemia ou ainda infecção generalizada) e falência múltipla dos órgãos. 

Natural de São Sebastião do Paraíso, sul de Minas Gerais, Curió foi um dos principais responsáveis pelos assassinatos e sequestros de militantes de esquerda na região do Araguaia, nos anos 70.

Em entrevistas, o militar reconheceu e apresentou documentos que indicaram a execução de 41 militantes quando eles já estavam presos e sem condições de reação.

Curió foi denunciado seis vezes pelo Ministério Público Federal (MPF) por crimes durante a ditadura militar. 

A Comissão Nacional da Verdade incluiu Curió em seu relatório final, em 2014, como um dos 377 agentes do país que praticaram crimes contra os direitos humanos.

De acordo com a comissão, o militar "esteve vinculado ao Centro de Informacões do Exército (CIE), serviu na região do Araguaia, onde esteve no comando de operações em que guerrilheiros do Araguaia foram capturados, conduzidos a centros clandestinos de tortura, executados e desapareceram".