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VÍDEO - CPMI dos Atos Golpistas: Mauro Cid será um dos primeiros a ser convocados, anuncia Lindbergh

Ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, preso pela PF na Operação Venire, está no topo da lista de convocados pela comissão parlamentar mista, informa o deputado petista

Créditos: Cynara Menezes (reprodução de vídeo) - Lindbergh Farias afirma que Mauro Cid pode ser um dos primeiros convocados pela CPMI dos Atos Golpistas
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Da Sucursal Brasília

Preso nesta quarta-feira (3) pela Polícia Federal (PF) na Operação Venire, o ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), tenente-coronel Mauro Cid Barbosa, está no topo da lista dos que serão convocados pela Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Atos Golpistas. 

A declaração foi feita pelo deputado federal Lindbergh Farias (PT-RJ) com exclusividade para a jornalista Cynara Menezes, da Revista Fórum, nesta quarta. O parlamentar avalia que Mauro Cid é um personagem central, um faz tudo do ex-presidente. O braço-direito de Bolsonaro, relembra, era o responsável, por exemplo, pelo pagamento de contas pessoais do ex-chefe. O militar já está sendo investigado no escândalo da 'rachadinha do cartão corporativo'.

Lindbergh recorda que quando o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes instalou o inquérito dos atos antidemocráticos foram quebrados os sigilos telefônicos de muita gente. Começaram, então, muitas revelações. Entre elas, a de que Mauro Cid pagava em dinheiro despesas da então primeira-dama Michelle Bolsonaro.

A partir dessas descobertas, soube-se que até mesmo as faturas do cartão de crédito de uma amiga pessoal de Michelle, Rosimary Cordeiro, eram pagas pelo ajudante de ordens.

Além disso, Mauro Cid está envolvido no caso das joias das arábias, destaca o parlamentar. Foi do ex-funcionário de Bolsonaro a redação do ofício para retirar as peças da Receita Federal no Aeroporto de Guarulhos.

Para Lindbergh, o tenente-coronal é o elo de ligação do Planalto com extremistas de direita. O deputado cita que já foram divulgados diálogos dele com Allan dos Santos, blogueiro bolsonarista e disseminador contumaz de fake news.

"Eu acho que se a gente quebra o sigilo telefônico do tenente-coronel Mauro Cid temos aí um grande caminho para conseguir provar que o Bolsonaro foi o autor intelectual daquele atentado à democracia brasileira no dia 8 de janeiro", ressalta Lindbergh. 

A comissão ainda não tem data para iniciar os trabalhos. O colegiado foi criado na última quarta-feira (26) pelo presidente do Congresso, senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG). Como não foram divulgadas as regras para distribuição de vagas entre os partidos na comissão, a instalação foi adiada.

Segundo Lindbergh, essa definição por Pacheco pode ser divulgada nesta quarta.

Confira o vídeo do deputado

Mauro Cid preso por suspeita de falsificar dados de vacinação

O militar, que foi braço-direito do ex-presidente durante o mandato, integra um grupo que está sendo investigado sobre a suspeita de inserir dados falsos de vacinação contra a Covid-19 nos sistemas do Ministério da Saúde, o Sistema de Informação do Programa Nacional de Imunizações (SI-PNI) e a Rede Nacional de Dados em Saúde (RNDS).

A operação deflagrada pela PF está sendo realizada dentro do inquérito policial que apura a atuação do que se convencionou chamar “milícias digitais”, em tramitação no Supremo Tribunal Federal (STF) e foi autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes.

Foram cumpridos 16 mandados de busca e apreensão e seis de prisão preventiva. A corporação confirmou que foram feitas adulterações de dados na carteira de vacinação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e também de parentes. As adulterações ocorreram entre novembro de 2021 e dezembro de 2022, durante a gestão dele. A casa do ex-mandatário em Brasília foi um dos alvos das buscas.