A Polícia Federal apreendeu US$ 35 mil dólares e R$ 16 mil em espécie na casa do coronel Mauro Cid, o braço direito e faz tudo do ex-presidente Jair Bolsonaro.
O dinheiro foi encontrado em um cofre na casa do militar, que foi preso na manhã desta quarta-feira (3) pela PF. A defesa do militar declarou que só vai se manifestar quando tiver acesso aos autos.
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Nos valores atuais do dólar, o montante encontrado na casa de Mauro Cid equivale a R$ 175 mil.
Operação Venire
O ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), tenente-coronel Mauro Cid Barbosa, foi preso durante a Operação Venire, deflagrada pela Polícia Federal (PF) nesta quarta-feira (3). Os policiais também cumpriram mandado de busca e apreensão na casa do ex-presidente.
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A operação está sendo realizada dentro do inquérito policial que apura a atuação do que se convencionou chamar “milícias digitais”, em tramitação no Supremo Tribunal Federal (STF), e foi autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes.
A PF cumpre 16 mandados de busca e apreensão e seis mandados de prisão preventiva, em Brasília e no Rio de Janeiro, além de análise do material apreendido durante as buscas e realização de oitivas de pessoas que detenham informações a respeito dos fatos.
A corporação investiga um grupo suspeito de inserir dados falsos de vacinação contra a Covid-19 nos sistemas do Ministério da Saúde, o Sistema de Informação do Programa Nacional de Imunizações (SI-PNI) e a Rede Nacional de Dados em Saúde
A inclusão dos dados falsos ocorreu entre novembro de 2021 e dezembro do ano passado. As pessoas beneficiadas conseguiram emitir certificados de vacinação e usar para burlar restrições sanitárias impostas pelos governos do Brasil e dos Estados Unidos, segundo os investigadores.
De acordo com a PF, a apuração indica que o objetivo do grupo seria manter coeso o elemento identitário em relação a suas pautas ideológicas, no caso, sustentar o discurso voltado aos ataques à vacinação contra a Covid-19.
De acordo com a corporação, os fatos investigados configuram, em tese, os crimes de infração de medida sanitária preventiva, associação criminosa, inserção de dados falsos em sistemas de informação e corrupção de menores.
A PF explicou que o nome da operação deriva do princípio “Venire contra factum proprium”, que significa "vir contra seus próprios atos", "ninguém pode comportar-se contra seus próprios atos". É um princípio base do Direito Civil e do Direito Internacional, que veda comportamentos contraditórios de uma pessoa.
Quem é Mauro Cid
Ele ascendeu na carreira durante o governo Bolsonaro: era major e foi promovido a tenente-coronel. Filho do general Mauro Cesar Lourena Cid, que foi colega do ex-chefe do Executivo no curso de formação de oficiais do Exército. Desde esse período, Bolsonaro mantém uma amizade com Lourena Cid.
O nome do tenente-coronel ganhou notoriedade quando passou a ser investigado pela PF por suspeita de operar uma espécie de “caixa paralelo” para Bolsonaro, que nega as acusações.