O ex-presidente Jair Bolsonaro recebeu, na manhã desta quarta-feira (3), "visita" da Polícia Federal (PF) em sua casa, em Brasília. A ação da PF faz parte da Operação Venire, que investigação fraude em dados sobre vacinação contra a Covid.
Além da busca e apreensão na casa do ex-presidente Bolsonaro, a PF realizou seis prisões preventivas, entre elas, a de Mauro Cid, braço direito de Bolsonaro e considerado uma espécie de faz tudo do ex-mandatário.
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Ao tomar conhecimento da operação da PF contra Bolsonaro e seus auxiliares, o ex-ministro da Justiça, Eugênio Aragão, afirmou à Fórum que se ficar comprovado que Bolsonaro falsificou o laudo de vacinação dele, da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro e da filha Laura, ele pode estar perto de ser preso.
“A suposta falsificação de dados vacinais para o então presidente não vacinado viajar aos Estados Unidos da América do Norte é notícia gravíssima que insere o ex-chefe do governo na seara de crimes contra a Administração”, afirma o ex-ministro.
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Al Capone
Com a possibilidade de o ex-presidente Jair Bolsonaro ser preso por ter supostamente alterado os dados de seu cartão de vacinação, internautas subiram nas redes a hashtag "Al Capone".
Mas porque o ex-presidente Bolsonaro foi associado ao famoso mafioso ítalo-americano que aterrorizou os EUA na primeira metade do século XX?
De maneira irônica, mas sem tirar a gravidade do crime pelo qual Bolsonaro é acusado - corromper o sistema de saúde pública brasileiro - internautas fizeram uma correlação com a prisão de Al Capone, o Scarface.
Al Capone se tornou o líder da maior máfia dos EUA no contexto da Lei Seca (1920-1930) estadunidense, que criminalizou a venda e o consumo de bebidas alcoólicas.
Além do contrabando de bebidas alcoólicas, Al Capone comandou casas de apostas, agiotagem e prostituição. O bando de Scarface também se tornou notório pela extrema violência que utilizavam contra inimigos.
Apesar de sua vasta lista de crimes cometidos, Al Capone só foi preso em 1931 pelo crime de evasão fiscal e foi condenado a onze anos de prisão, da qual cumpriu oito. Faleceu em 1947, aos 48 anos.
Os crimes de Bolsonaro
Em setembro de 2022, Bolsonaro foi condenado pelo Tribunal Permanente dos Povos (TPP) por crime contra a humanidade e grave violação de direitos humanos por sua atuação frente ao governo brasileiro durante a pandemia de Covid-19.
Pela CPI da Pandemia, Bolsonaro foi condenado em 9 crimes:
- Crime de epidemia com resultado de morte
- Crime de infração a medidas sanitárias preventivas
- Crime de emprego irregular de verba pública
- Crime de incitação ao crime
- Crime de falsificação de documentos particulares
- Crime de charlatanismo
- Crime de prevaricação
- Crime contra a humanidade
- Crime de responsabilidade
Abuso de poder: o ex-presidente responde a uma Ação de Investigação Judicial Eleitoral (Aije), ajuizada pelo PDT, pela prática de abuso de poder político uso indevido dos meios de comunicação durante evento com embaixadores estrangeiros no Palácio da Alvorada, em julho de 2022.
Mentor intelectual do ataque golpista de 8 de janeiro: Bolsonaro também é investigado pela suspeita de ser o mentor intelectual do ataque golpista realizado em janeiro. Nesta ação, também pesa a minuta do golpe encontrada na do ex-ministro da Justiça Anderson Torres, que está preso. Se condenado, o ex-presidente pode ficar inelegível por 8 anos.
Genocídio indígena: a pedido do ministro Luís Roberto Barroso, do STF, a Procuradoria-Geral da República, o Ministério Público Militar, o Ministério da Justiça e a Polícia Federal apuram se Bolsonaro e seus auxiliares cometeram o crime de genocídio com o povo Yanomami.
Bolsonaro também é investigado por feito associação falta entre a vacina contra a Covid e o vírus do HIV; uso da Polícia Rodoviária Federal para interferir no processo eleitoral; e difusão de fake news contra o sistema eleitoral brasileiro.
Diante deste roteiro, internautas fizeram a correlação entre Capone e Bolsonaro, de que talvez a fraude na carteira de vacinação do ex-presidente, de seus familiares e de seus auxiliares possa revelar outros fios que levem para os outros crimes que o ex-mandatário possa ter cometido.