BOLSONARO NA CADEIA

Defesa de Bolsonaro quer adiar depoimento à PF após prisões e buscas

Advogados do ex-presidente criticam convocação para depoimento horas após operação na casa do ex-presidente; Se adiamento não for concretizado, orientação é que Jair fique em silêncio

Jair Bolsonaro (PL).Créditos: Fábio Rodrigues Pozzebom / Agência Brasil
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A defesa de Jair Bolsonaro (PL) está tentando adiar seu depoimento marcado para a manhã desta quarta-feira (3) após operação da Polícia Federal que realizou busca e apreensão na residência do ex-presidente. A informação foi divulgada pela jornalista Ana Flor, na GloboNews. A cobertura não entrou em maiores detalhes.

Mais cedo, o advogado do ex-presidente, Paulo Cunha Bueno, criticou a operação e afirmou que orientou Bolsonaro a ficar em silêncio no depoimento. O desconforto da defesa está no fato de que, na mesma data, a operação de busca de apreensão na casa de Bolsonaro foi realizada às 7 horas manhã e o depoimento marcado para as 10h, apenas 3 horas depois.

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“Sou um advogado que raramente orienta um cliente a fazer uso do direito que todos têm ao silêncio. Mas querer botar calor, não deixar que a defesa conheça os autos antes da pessoa depor, não nos deixa outra opção”, declarou o profissional que alega ainda não ter tido acesso aos autos.

A acusação é de que Bolsonaro, sua esposa Michele e sua filha Laura teriam viajado para os EUA com documentos falsos de vacinação. Ainda de acordo com a Polícia Federal, está confirmado que os documentos foram adulterados e as informações manipuladas no Sistema de Informação do Programa Nacional de Imunizações (SI-PNI) e na Rede Nacional de Dados em Saúde durante a pandemia de Covid-19.

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A motivação da fraude seria justamente para permitir a entrada do ex-presidente nos EUA em 31 de dezembro de 2022, quando fugiu do Brasil para evitar a posse de Lula (PT). Os EUA não aceitam visitantes que não tenham sido imunizados e fraudar um cartão de vacinação para entrar no país é crime considerado gravíssimo.

O assessor de Jair Bolsonaro, Mauro Cid, foi detido. Ele e outros assessores, além do presidente, estão sendo investigados por infração de medida sanitária preventiva, associação criminosa, inserção de dados falsos em sistemas de informação e corrupção de menores.