Na manhã desta quarta-feira (3), após operação da Polícia Federal que realizou busca e apreensão na casa de Jair Bolsonaro (PL), prendeu 3 homens do seu entorno e determinou novo depoimento na mesma data, o ex-presidente falou com a imprensa, na entrada da sua residência em Brasília, sobre as acusações de ter adulterado os cartões de vacinação dele, da mulher Michelle e da filha Laura. O líder da extrema direita se disse surpreso, criticou a operação e voltou a propagar teoria conspiratória contra as vacinas para Covid-19 ao negar que as tenha tomado.
“Estou com dois advogados aqui. O objetivo da busca e apreensão na casa do ex-presidente Jair Bolsonaro é o cartão vacina. E o que tenho a dizer para vocês? Eu não tomei a vacina, por uma questão pessoal minha. Depois de ler a bula da Pfizer decidi não tomar a vacina. O cartão de vacinação da minha esposa também foi fotografado. Ela tomou a vacina nos EUA, da Jansen. E a minha filha Laura, de 12 anos, não tomou a vacina, tenho laudo médico no tocante a isso. De resto, fico surpreso com uma busca e apreensão com esse motivo. Conversem com meus advogados (…) No Brasil há assuntos que são proibidos de serem debatidos, um deles é a vacina”, declarou.
Te podría interesar
Ajude a financiar o documentário da Fórum Filmes sobre os atos golpistas de 8 de janeiro. Clique em https://bit.ly/doc8dejaneiro e escolha o valor que puder ou faça uma doação pela nossa chave: pix@revistaforum.com.br.
Em seguida, foi questionado pelos jornalistas, ao vivo, se teria precisado apresentar uma comprovação da tomada do imunizante para entrar nos EUA. Ele se irritou e negou.
Te podría interesar
“Nunca me foi pedido cartão de vacinação para entrar em lugar nenhum. Por isso não adulterei nenhum cartão de vacinação. Não tomei a vacina, repito, porque li a bula da Pfizer”, rebateu.
Ainda que Bolsonaro tenha dito que não tomou a vacina contra a Covid-19, em 17 de fevereiro, o ministro Vinícius de Carvalho, da Controladoria Geral da União (CGU), revelou à CNN Brasil que o ex-presidente teria se vacinado em 19 de julho de 2021, em São Paulo, com imunizante de dose única da Jansen.
À época, a CGU já apurava se o registro foi adulterado a fim confirmar se, de fato, o ex-presidente recebeu a dose ou não. "No final do ano passado, a partir de uma denúncia de que havia uma possível adulteração no cartão de vacina, porque hackers teriam tentado adulterar o cartão, o então ministro da CGU abriu essa investigação, no dia 30 de dezembro. Tomamos posse tendo que analisar os recursos para acessar o cartão de vacina do presidente", disse Carvalho.
A Revista Fórum está concorrendo o prêmio Top10 do Brasil do iBest. Contamos com o seu voto!
“Esse registro existe. Pelo menos pelo que a gente sabe das informações. Se isso está em um ofício da CGU, a CGU não faz uma pergunta à toa. Se esse registro está em um ofício da CGU, eu não tenho como negar", prosseguiu o ministro na ocasião.
Segundo o chefe da CGU, "se há anotações no cartão de vacina dele no DataSUS que ele se vacinou e se houver uma inserção indevida, seja no sentido de colocar informações de que ele se vacinou ou no sentido de retirar informações, a nossa expectativa é que com apuração a gente descubra se isso aconteceu".