BOLSONARO NA CADEIA

Preso, auxiliar de Bolsonaro faz revelação à PF sobre assassinato de Marielle

Já é o segundo assessor preso que tem relação com o assassinato político da vereadora carioca; Cerco vai se fechando sobre o clã e seu entorno

Aílton Barros (PL-RJ) e Jair Bolsonaro (PL).Créditos: Reprodução /Redes Sociais
Escrito en POLÍTICA el

Um dos auxiliares de Jair Bolsonaro (PL) presos nesta quarta-feira (3) pela Polícia Federal no âmbito das investigações que apuram fraude no cartão de vacinação do ex-presidente e de sua filha Laura, de 12 anos, é Ailton Barros. Ele afirma em mensagens reveladas pela própria PF - informação confirmada pela imprensa nacional - que sabe quem foi o mandante do assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL-RJ), ocorrido em 14 de março de 2018.

Ailton Gonçalves Moraes Barros é ex-major do Exército formado na Aman (Academia Militar de Agulhas Negras) e em 2022 foi candidato a deputado estadual no Rio de Janeiro pelo PL, partido do ex-presidente. Na campanha, se apresentava como “o 01 do presidente”. Eleito suplente, não é incomum ver em suas redes sociais fotos em que aparece ao lado de Bolsonaro.

Ajude a financiar o documentário da Fórum Filmes sobre os atos golpistas de 8 de janeiro. Clique em https://bit.ly/doc8dejaneiro e escolha o valor que puder ou faça uma doação pela nossa chave: pix@revistaforum.com.br.

Na presente investigação, Barros foi preso por suspeita de ter participado na adulteração do cartão de vacinação de Bolsonaro. Ele faria parte do esquema que operava a fraude em postos de saúde de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense (RJ).

Marcello Siciliano

Além de Barros, o ex-vereador carioca Marcello Siciliano também é investigado pela Polícia Federal no escândalo da falsificação dos cartões de vacinação, que pode levar Jair Bolsonaro para a prisão. O político teria ajudado o tenente-coronel e ajudante de ordens de Bolsonaro, Mauro Cid, a conseguir um cartão de vacinação falso para a sua esposa.

Em 2018, a Polícia Civil captou uma ligação entre Siciliano e um miliciano, onde o então vereador conversava com milicianos sobre acelerar a investigação de um crime de interesse da organização criminosa e realização de projetos sociais em uma região controlada pelos bandidos.

No encerramento da conversa, Marcello diz “te amo, irmão” para um miliciano. À época, o vereador negou a associação, dizendo que "não tem e nunca teve envolvimento com milícia".

A Revista Fórum está concorrendo o prêmio Top10 do Brasil do iBest. Contamos com o seu voto!

Sobre a morte de Marielle Franco, Marcello Siciliano foi citado por uma testemunha como um dos interessados na morte da vereadora, ao lado do miliciano Orlando Curicica. Posteriormente, o motorista e ajudante de ordens de Curicica, Renatinho Problema, confirmou que o vereador e o miliciano se encontraram em quatro ocasiões anteriores ao assassinato de Marielle Franco.

Siciliano nega envolvimento. “Eu fui injustamente acusado, há 10 meses, por um miliciano - réu confesso, um bandido, que eu também quero saber o porquê ele fez isso contra mim -, que prejudicou diretamente toda a minha família e a minha vida. Só quem sofre uma injustiça sabe o que é isso. Uma injustiça desse tamanho, então, nem se fala”, disse em 2020.

Ainda em 2020, a campanha de Marcello Siciliano foi acusada de ameaçar fisicamente adversários políticos. "Nós procurávamos um local melhor para divulgar o nosso trabalho e resolvemos dar uma volta na orla da Barra (...) Intimidaram dizendo: 'você não pode ficar aqui. Tem tanta área, tanto lugar para você fazer campanha. Aqui não. Aqui é a gente. Aqui quem manda somos nós. Você tem que sair daqui", disse uma testemunha em anonimato.