Em entrevista ao programa Fórum Onze e Meia desta terça-feira (2), o deputado federal Orlando Silva (PCdoB-SP) fez declarações fortes sobre a pressão das big techs contra o PL 2630, o chamado PL das Fake News, que deve ser votado ainda nessa semana na Câmara dos Deputados.
O parlamentar defendeu a aprovação do projeto, que teve sua urgência aprovada pela base do governo na última semana. Orlando Silva passou três anos na relatoria do projeto, ouvindo especialistas sobre o tema e trabalhando para uma lei justa pelas redes sociais.
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"Primeiro, é importante dizer que esse é um tempo que está em debate no mundo inteiro. O Brasil, por exemplo, na eleição do Bolsonaro, ou na Inglaterra, no Brexit, ou na eleição do Trump... nós já temos muitos episódios em que o mundo percebeu como o uso das redes sociais tem um impacto político", afirmou o parlamentar em entrevista à Fórum.
Nos últimos dias, empresas como a Google, o Youtube, o Twitter e a Meta tem trabalhado para mostrar aos seus usuários seus interesses e combater o PL das Fake News.
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Notas das empresas e até um posicionamento do próprio Google em seu site, do lado das buscas, mostra que as empresas estão usando seu poder para lutar contra o projeto.
Ele defende que as empresas grandes participem do debate, mas critica a manipulação. "As big techs são parte do debate público e tem direito de falar", disse. "As últimas horas mostram como eles tentam intervir no debate público manipulando a partir de sua força econômica", completou Orlando.
"O nosso objetivo é ter um espaço plural e democrático, mas não imaginemos que as big techs - essas multinacionais bilionárias - elas atuam de modo neutro", criticou o deputado.
O relator enfatizou os interesses do Google - que terá de remunerar conteúdos jornalísticos exibidos na plataforma - e foi enfático ao mostrar o comportamento da plataforma. "Ele [o Google] está dirigindo as suas ferramentas para que a população que vai de bom grado pesquisar ter contato com opiniões de influencers ligados às teses deles, alguns deles políticos", disse. "
Orlando também ficou surpreso com pessoas do campo progressista em favor das big techs."O que me surpreendeu um pouco foi o engajamento acrítico a essas campanhas dessas grandes empresas. Porque não é o texto", disse. "Liberdade de expressão não é só direito de falar, é direito de ser ouvido", concluiu o parlamentar.
Confira a entrevista completa de Orlando ao programa Fórum Onze e Meia: