O empresário e youtuber Felipe Neto, um dos maiores influenciadores digitais do mundo, explicou através do Twitter, nesta segunda-feira (1), o porquê o deputado federal Sergio Moro (UB-PR) é "limitado" quando o assunto é o Projeto de Lei 2630/2020, conhecido como PL das Fake News.
Moro foi às redes sociais para atacar o PL que visa, entre outros pontos, combater crime e desinformação no ambiente digital. O ex-juiz também saiu em defesa do Google, que mais cedo, em uma atitude abusiva, fixou um texto pregando contra a proposta legislativa em sua página inicial de buscas, acessada por milhões de pessoas diariamente.
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"O Google disponibilizou, em sua página de busca, um link para artigo com sua posição contra o PL2630. O Governo/MJ mandou a Secretaria do Consumidor analisar 'práticas abusivas' pela empresa. A grande imprensa pode manifestar-se a favor e as plataformas não podem dizer que são contra? E o Governo ainda diz que não há risco de abuso no PL2630?", escreveu o ex-juiz, que teve uma série de processos da Lava Jato que conduziu quando era magistrado anulados por ser considerado suspeito e parcial.
Felipe Neto, então, esclareceu expôs a limitação de Moro.
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"Serjo Moro é tão limitado q não entende q igualar o Google a empresas de mídia é justamente tudo q o Google luta pra não acontecer. Esse tweet do Moro pode ser usado para responsabilizar o Google como outras empresas de mídia. O Google jura q é só uma empresa de tecnologia", publicou o influenciador.
Confira
MPF notifica Google
Nesta segunda-feira (1) o Ministério Público Federal de São Paulo, por meio do procurador Yuri Corrêa, deu 10 dias para o Google se explicar sobre a campanha na qual direcionou usuários para conteúdos negativos em relação ao Projeto de Lei 2360/2020, conhecido como PL das Fake News. O pedido de explicação veio após o Google utilizar o espaço da sua plataforma - responsável por 96% das buscas digitais no Brasil - para divulgar artigo em que pede a usuários que pressionem deputados federais a respeito da votação prevista para terça-feira (2).
Os questionamentos, feitos no âmbito de um inquérito que investiga justamente a difusão de desinformação na internet, dão conta de cinco pontos centrais.
O primeiro parte de informações publicadas na Folha a partir de pesquisa do NetLab, da UFRJ. O MPF quer mais informações sobre a razão pela qual o Google privilegiou nas buscas links que trazem informações negativas sobre o projeto de lei. De acordo com o levantamento, até mesmo páginas famosas por divulgar fake news foram privilegiadas.
Um segundo questionamento diz respeito aos anúncios que propagou nesse meio tempo. O MPF questiona quanto foi investido nesses anúncios e quantos usuários foram impactados com publicidade relativa ao tema que foi difundida no Facebook e no Instagram, ambas redes controladas pela Meta - outra 'big tech'.
O próximo questionamento quer saber quais foram os critérios usados para escolher os links quando um usuário fez a busca por “PL 2360” no Google durante os últimos dias. O quarto questionamento é semelhante e versa sobre a mesma busca no YouTube – neste caso o MPF também pede explicações sobre os resultados que tenham sido impulsionados pelo algorítimo e quais fontes de informação a empresa considerou como confiáveis.
Por fim, as autoridades querem saber por que o Google enviou um alerta contra o projeto de lei para todos os criadores de conteúdo cadastrados no YouTube. O MPF quer ter acesso à documentação interna da empresa que determinou tal direcionamento.
A previsão é de que o PL 2360/2020 seja votado na próxima terça-feira (2) na Câmara dos Deputados. Para além do freio às fake news e discursos de ódio que tanto engajam e enchem os bolsos das ‘big techs’, um outro ponto do PL das Fake News incomoda o Google. Se aprovada a lei, a gigante do Vale do Silício terá de remunerar o jornalismo profissional com direitos autorais de conteúdos compartilhados. O Google alega que esse ponto colocaria em risco a gratuidade de conteúdo na internet, um argumento que rapidamente pode ser desmontado se levarmos em consideração o interesse direto da empresa na questão.