Às vésperas da instalação da Comissão Mista Parlamentar de Inquérito (CPMI) que vai investigar os atos golpistas de 8 de Janeiro no Congresso Nacional, o presidente da CPI dos Atos Antidemocráticos em curso na Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF), deputado distrital Chico Vigilante (PT), celebra a decisão da base do Governo Lula de apoiar as investigações no âmbito do Legislativo.
Vigilante gravou um vídeo no qual expressou estar "muito feliz com a decisão da base de apoio ao presidente Lula de abrir a CPMI dos Atos Antidemocráticos no Congresso Nacional".
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"O que nós já apuramos na CPI dos que está em curso na CLDF demonstra, efetivamente, o envolvimento de integrantes da Polícia Militar do DF e de integrantes do Exército nesses atos", disse o distrital.
O parlamentar destaca que os trabalhos da CPMI do Golpe pode apurar dados e fazer convocações que a CPI da CLDF não tem poder para fazer, como ouvir o ex-presidente Jair Bolsonaro.
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"Vai jogar luzes sobre as trevas e vai mostrar quem financiou esses atos, bem como os acampamentos nas portas dos quartéis do Exército e quem foram os seus organizadores", afirmou Vigilante.
O distriral disse ainda que haverá um compartilhamento completo do material que está sendo investigado no Legislativo do DF com a CPMI do Congresso.
"Esta CPMI é urgente e muito importante para todo o país. Quanto a nós, continuaremos trabalhando com a seriedade com que sempre trabalhamos desde o início dos trabalhos. E garanto que uma não atrapalhará a outra", finalizou.
Confira o vídeo
Agenda da CPI de Brasília
Na próxima quinta-feira (27), a CPI vai ouvir a coronel Cíntia Queiroz de Castro, da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) e votará requerimentos.
A coronel Cintia era a subsecretária de Operações Integradas da Secretaria de Segurança Pública do DF no dia 8 de janeiro. Em depoimento à Polícia Federal no dia 27 de fevereiro, ela afirmou que a PMDF agiu "sem o devido planejamento" durante os atos de vandalismo.
Vigilante já avisou que o colegiado quer a convocação do ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Gonçalves Dias, para explicar o papel da pasta nos atos golpista de 8 de janeiro.
Além disso, o distrital também vai convocar mais uma vez o ex-titular do GSI, Augusto Heleno - que desistiu de prestar depoimento à CPI no último dia 19 - e o ex-chefe do Comando Militar do Planalto (CMP), general Gustavo Henrique Dutra de Menezes.
Batalha no Congresso
As articulações políticas para oficializar os nomes de parlamentares que vão integrar o colegiado seguem a todo vapor. O prazo para apresentar essas indicações encerra nesta terça-feira (25). O presidente do Congresso, senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), avisou na semana passada que a comissão será instalada nesta quarta-feira (26), em sessão marcada para às 12h.
A princípio, a base governista no Congresso era contra a instalação da CPMI do Golpe. Mas houve uma mudança de estratégia, que agora defende a comissão. Essa guinada ocorreu após serem vazadas e veiculadas pela CNN Brasil imagens que mostram a atuação de agentes do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) no Palácio do Planalto em meio à invasão golpista de 8 de janeiro.