A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro e assessores passaram a segunda-feira que se seguiu à revelação das joias trazidas da Arábia Saudita e apreendidas pela Receita Federal na sede do PL, em Brasília, tentando encontrar uma versão factível para o escândalo.
Estavam com ela o ex-candidato a vice de Bolsonaro, Walter Braga Netto, que dá expediente no partido com assessores também militares. Além dele, à distância, também dava seus pitacos o ex-chefe da Secretaria de Comunicação do governo Bolsonaro Fabio Wajngarten com o objetivo divulgar a versão dos Bolsonaro sobre o caso.
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A bateção de cabeça foi enorme e ninguém chegou a uma conclusão do que deve ser feito.
Submergir
A ex-primeira-dama foi aconselhada, em um primeiro momento, a submergir para esperar a crise arrefecer. Apesar disso, ao longo do dia foram surgindo outras ideias, entre elas uma participação maior de Michelle na resposta pública às questões que surgiram após a revelação do episódio pelo jornal "O Estado de S. Paulo".
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Até o momento, sua única declaração sobre o episódio, publicada nas redes sociais, foi catastrófica. “Quer dizer que eu tenho tudo isso e não estava sabendo? Meu Deus! Vocês vão longe mesmo hein?! Estou rindo da falta de cabimento dessa impressa (sic) vexatória”, escreveu no Instagram.
Discutiu-se também a possibilidade de ela dar entrevista a um veículo de imprensa para marcar posição. Lideranças do PL sondadas a respeito foram contra, diante da avaliação de que qualquer atitude mais enfática poderia colocar no colo da ex-primeira-dama uma crise que, por enquanto, ainda é mais ligada ao próprio Bolsonaro.
Live
Outra ideia foi que Bolsonaro fizesse uma live em tom enérgico, semelhante ao adotado em outros momentos de crise — como quando ele se defendeu após dizer que “pintou um clima” com meninas venezuelanas que visitou nos arredores de Brasília.
Mas a ideia também não vingou, e Wajngarten inclusive nega que ela tenha sido discutida.
A única coisa efetiva tem sido feita pelo próprio Wajngarten, que vem postando em suas redes sociais documentos internos do governo relacionados ao caso.
Ao fim e ao cabo, ninguém no núcleo duro bolsonarista sabe o que fazer com relação ao caso.
Enquanto isso, a Polícia Federal (PF) já abriu um inquérito para investigar o caso na Delegacia de Repressão a Crimes Fazendários.
Com informações da coluna de Malu Gaspar