LULA NA CHINA

Comitiva do agronegócio brasileiro chega a Pequim

Ministro da Agricultura e Pecuária do Brasil, Carlos Fávaro, desembarca nesta quarta-feira (22) na China na companhia de mais de 100 empresários do setor agropecuário para participar de reuniões com autoridades chinesas, seminários e encontros com setor produtivo

Créditos: Ricardo Stuckert - Presidente Lula e ministro Carlos Fávaro
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Contagem regressiva para a viagem oficial do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à China, que embarca na sexta-feira (24) para Pequim. Para preparar o terreno, o ministro Carlo Fávaro desembarca nesta quarta-feira (22) na capital chinesa.

Acompanhado de uma comitiva de 102 empresários brasileiros (confira a lista abaixo) de diversos setores do agronegócio, Fávaro irá participar de reuniões bilaterais com autoridades chinesas, seminários e encontros com representantes do setor produtivo antes da chegada do presidente Lula. 

Entre os integrantes do numeroso grupo que prepara o terreno para a chegada do presidente brasileiro estão empresários que apoiaram e contribuíram com a campanha derrotada para eleição de Jair Bolsonaro, em cuja gestão foram protagonizados ataques infames contra o governo chinês. Em especial durante a pandemia da Covid-19.

Entre os bolsonaristas da comitiva está, por exemplo, Hugo Leonardo Bongiorno, diretor na Avenorte, grupo do setor de avicultura. Há o registro no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) de uma doação em nome dele no valor de R$ 25 mil para a campanha de Bolsonaro.

Também estão no grupo que acompanha Lula à China os irmãos Joesley e Wesley Batista, do grupo J&F. Os irmãos, que chegaram a ser presos em 2017, foram responsáveis por acusações que atingiram, em especial, o ex-presidente Michel Temer e o deputado Aécio Neves (PSDB-MG). 

Na ocasião, Temer chegou a ser denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) pelo crime de obstrução de Justiça, mas foi absolvido. Aécio também nega qualquer ilegalidade. Joesley chegou a citar em depoimentos repasses no exterior para caixa dois de campanhas de Lula e Dilma Rousseff, o que não ficou comprovado.

A justificativa para esses convites a bolsonaristas é pragmática, sem critério político, mas pela representatividade de atores em setores estratégicos para economia brasileira e que possuem relação comercial com os chineses. Em especial o agronegócio, uma força motriz do bolsonarismo no Sul, Centro-Oeste e em São Paulo.

"A diversidade e o tamanho desse grupo de empresários do agro na viagem à China demonstra o prestígio do presidente Lula e marca a aproximação do governo, já nos primeiros meses de mandato, desse setor tão importante para a economia brasileira”, pontua Fávaro.

A China é o principal destino das exportações do agronegócio brasileiro e teve participação, em valor, de 31,9% nas exportações do agronegócio brasileiro em 2022, num total de US$ 50,79 bilhões. Entre os dez produtos mais exportados pelo agronegócio brasileiro, a China foi o principal destino de seis: soja em grãos, carne bovina in natura, carne de frango in natura, celulose, açúcar de cana em bruto e algodão.

Agenda do agro

Nesta quinta-feira (23) está prevista a participação do ministro Fávaro na abertura do Cotton Industry Development Conference. Também estão agendadas reuniões com empresas e associações de fabricantes de fertilizantes e insumos agrícolas, além de evento para discutir a cooperação entre Brasil e China em agricultura sustentável e finanças verdes.

Na sexta-feira (24), o ministro participa do “Seminário multisetorial: Perspectivas da Parceria Brasil-China no Agronegócio”, com a presença de entidades brasileiras como Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil  (CNA), Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) e Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove) e organizações chinesas como a Associação Chinesa para a Promoção da Cooperação Agrícola Internacional e o Banco de Agricultura da China. 

Também no dia 24 está previsto um seminário do setor de proteína animal, que irá reunir autoridades e empresários do setor do Brasil e da China, com a participação do Embaixador do Brasil na China, Marcos Galvão, e do vice-presidente da Câmara Chinesa de Comércio para Importação e Exportação de alimentos, produtos naturais e subprodutos animais (CFNA China), Yu Lu.

Já na próxima segunda-feira (27), a equipe do Mapa participa de encontro multissetorial com a All China Federation of Supply and Marketing Cooperatives. Também haverá o Fórum China-Brasil de Desenvolvimento Sustentável, promovido pelo Centro Brasileiro de Relações Internacionais. A partir de terça-feira (28), Fávaro passa a integrar a comitiva presidencial que cumpre agenda oficial com as autoridades chinesas.