Em entrevista ao programa Fórum Café desta segunda-feira (13), o deputado estadual Renato Freitas (PT-PR) afirmou ser vítima de perseguição após denunciar casos de violência policial na tribuna da Assembleia Estadual do Paraná (ALEP).
Na terça-feira, 7, Renato questionou a violência da Polícia Militar do Paraná a partir de dados da Segurança Pública do estado. Além disso, ele relembrou a perseguição do Alto da Glória, quando cinco jovens foram assassinados a tiros no bairro de Atuba, na região metropolitana de Curitiba. O MP qualificou o caso como execução, mas os policiais acusados foram absolvidos em júri de 2017.
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Após a fala do deputado petista, o secretário de Segurança Pública da administração Ratinho Júnior (PSD-PR), Coronel Hudson, enviou à ALEP um pedido de cassação do mandato do parlamentar.
“É uma tentativa de censura, é uma tentativa de me dissuadir dos meus propósitos. É difícil me cassar porque minha fala está dentro do meu poder, dentro da minha liberdade parlamentar”, avaliou Renato Freitas em declaração ao Fórum Café.
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O petista ainda denunciou que o secretário está fazendo uma campanha de perseguição contra ele. “Eles incitam o ódio. O coronel Hudson colocou em um grupo de WhatsApp para todos os policiais do estado que eu sou inimigo da corporação. São acusações muito graves”, completou o parlamentar.
Histórico de perseguição
O pedido de cassação vem após o parlamentar propor um projeto de lei que busca conter a violência policial no estado e garantir cuidado aos profissionais de segurança pública.
“No meu projeto de lei, eu peço que haja câmera corporal, GPS e exame toxicológico aleatório e periódico para tratamento de dependência química para os policiais”, defendeu o parlamentar.
Renato Freitas foi eleito com 57 mil votos para a ALEP e é o único parlamentar negro de esquerda na casa legislativa. Antes do mandato estadual, foi vereador pelo município de Curitiba e foi cassado em junho de 2022 por quebra de decoro, num processo marcado por racismo.
Freitas havia feito uma manifestação na Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Pretos, em fevereiro do ano passado, denunciando o racismo no assassinato de Moïse Kabagambe, imigrante congolês morto no Rio de Janeiro em janeiro daquele o ano, e de Durval Teófilo Filho, também vitimado pela violência racial no mesmo período.
A cassação foi anulada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em setembro de 2022.
Confira a entrevista completa no Fórum Café: