Câmeras de segurança flagraram agressão racista e gratuita realizada por Paulo Cezar Bezerra da Silva na última terça-feira (22) contra o músico negro Odivaldo Carlos da Silva, em Curitiba. Nas imagens, o músico caminha pela rua Doutor Faivre, no centro da capital paranaense, quando é surpreendido pelo agressor que o ataca no rosto e nuca utilizando um cassetete e um cachorro que o acompanhava.
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Conhecido na região como Neno, a vítima fraturou o maxilar, quebrou um dente e terá que passar por cirurgia, além de ter tido mordidas nos braços e nas costas. Ele ainda relatou que o agressor o chamou de “macaco”, “negro sujo” e afirmou que “morador de rua tem que morrer”. Neno não conhecia o Paulo Cezar Bezerra da Silva.
“Estou assustado, tremendo. Preciso de uma resposta da Justiça para que não aconteça com outras pessoas. Nunca na minha vida tinha sofrido algo assim. Sou curitibano e viajo o mundo inteiro e nunca vi isso”, declarou Neno para a imprensa. Ele ainda contou que tentou fugir da agressão, mas Paulo Cezar insistia em ordenar que o cão o atacasse.
O ataque racista só parou, e não acabou de maneira ainda mais trágica, porque motoristas e pedestres começaram a gritar com Paulo Cezar Bezerra da Silva. Três mulheres testemunharam o ocorrido, chamaram a polícia e auxiliaram a vítima a receber atendimento médico.
De acordo com a polícia, o agressor foi detido devido a uma segunda denúncia, de que um homem com as mesmas características estaria, junto de um cachorro, causando "tumulto" em outro ponto do centro. A PM levou o homem até sua residência para deixasse o cachorro e em seguida o encaminhou para o 12° Batalhão da Polícia Militar, onde foi registrada a ocorrência de lesão corporal. Sem o agravante da injúria racial o homem pôde sair andando do Batalhão.
As autoridades policiais não responderam à imprensa se o agressor estaria mantido preso. No entanto, repórteres da RPC flagraram Paulo Cezar caminhando pelas mesmas redondezas neste sábado (26). Além disso, após sair do hospital, Neno e sua esposa obtiveram acesso ao boletim de ocorrência emitido pelos policiais e nele não constavam as ofensas de cunho de racista. Após muita insistência conseguiram, finalmente, registrar um novo B.O. onde constam as agressões de cunho racial. O agressor racista ainda teria ameaçado uma das testemunhas.
Uma audiência virtual preliminar foi marcada pela Polícia Militar para o próximo dia 20 de março de 2023, 117 dias após o ocorrido. Até lá, ao que parece, o agressor poderá continuar causando seus “tumultos” no centro de Curitiba.
*Com informações do G1.