Com a promessa de voltar "nas próximas semanas" ao Brasil, Jair Bolsonaro (PL) fez um breve discurso para poucos fiéis neste sábado (11) na igreja evangélica Church Of All Nations, em Boca Raton, na Flórida, EUA, em que ironizou a derrota nas eleições presidenciais para Lula, que no dia anterior havia encontrado o presidente estadunidense Joe Biden na Casa Branca.
"É uma satisfação muito grande a forma como vocês têm me tratado em qualquer lugar desse globo. Isso não tem preço. Ainda mais para quem, pelo menos diante do TSE, não conseguiu se eleger", disse Bolsonaro, incitando os fiéis da igreja.
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"Dizem que todos nós temos uma missão aqui na Terra. A minha missão ainda não acabou", emendou, sendo aplaudido.
Segundo o site The Palm Beach Post, Bolsonaro teria dito ainda aos apoiadores que eles devem correr riscos para superar os problemas que acreditam estar envolvendo o país.
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"Vale a pena o risco, pode ter certeza disso", disse ele em português. "A maioria do povo brasileiro está conosco", incitou o ex-presidente, investigado por incitar os atos terroristas de 8 de janeiro.
O trecho, relatado pelo site estadunidense no entanto não é mostrado no vídeo que foi propagado por Bolsonaro do próprio discurso nas redes sociais e em seu canal no Telegram
Sob a promessa de retornar ao Brasil, o próprio Bolsonaro mostrou-se incerto quanto a seu futuro.
"Não interessa o que venha acontecer comigo aqui ou no Brasil. E na forma que, porventura, venha acontecer. Nós, nossa geração, já faz parte da História do Brasil. Um Brasil esquecido, roubado, saqueado e desrespeitado", disse, como se falasse do próprio governo.
Genocídio Yanomami
Principal incentivador do garimpo ilegal no território indígena Raposa Serra do Sol, em Roraima, onde colocou em marcha uma tentativa de genocídio do povo Yanomami, Bolsonaro voltou a falar das riquezes minerais na região e menosprezar os povos originários.
"Estou aqui em um país que sempre admirei, os EUA. Um país que tem somente um milhão de metros quadrados a mais que nosso Brasil. Se pegarmos os maiores países do mundo - até o maior deles, a Rússia que tem o dobro do nosso tamanho -, ninguém tem o que nós temos. Se pegar o estado de Roraima, lá tem uma tabela periódica embaixo da terra. E essa questão Yanomami agora, a repressão não é atender a esses. Porque ali está misturado: 40% da terra Yanomami está no Brasil, 60% está na Venezuela. Uma região rica, riquezas incomensuráveis".