GUERRA NA PALESTINA

Diretor da PF rebate embaixador de Israel e situação de Zonshine se complica

Andrei Passos afirmou que "repudia completamente" a declaração do embaixador, que afirmou que "se escolheram o Brasil, é porque tem gente que ajuda", em relação à operação contra membros do Hezbollah.

Créditos: Twitter / Embaixada de Israel no Brasil
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O governo Lula resolveu partir para cima do embaixador de Israel no Brasil, Daniel Zonshine, que após encontro com Jair Bolsonaro (PL) e parlamentares da extrema-direita no Congresso afirmou que "se escolheram o Brasil, é porque tem gente que ajuda", em relação à operação contra supostos membros do Hezbollah.

"Eu repudio completamente", afirmou Passos a Camila Bomfim, no portal G1. 

Segundo o diretor da PF, a declaração do embaixador "foi uma surpresa negativa, uma vez que historicamente há relações entre Brasil e Israel".

"[Causa mal-estar] a maneira como tá sendo explorado um trabalho técnico [o da PF] e que tem com únicas balizas a Constituição do Brasil e as leis brasileiras", emendou.

A declaração de Zonshie aconteceu logo após publicação do ministro da Justiça, Flávio Dino, na rede X, antigo Twitter que defende a soberania do Brasil e a autonomia da PF.

"Nenhuma força estrangeira manda na Polícia Federal do Brasil. E nenhum representante de governo estrangeiro pode pretender antecipar resultado de investigação conduzida pela Polícia Federal, ainda em andamento", relatou Dino.

A forte reação do governo Lula complica a situação do embaixador de Israel, que tem mantido um relacionamento estreito com parlamentares da extrema-direita bolsonarista. Alinhados a Israel, os deputados e senadores extremistas têm provocado baderna em atos que debatem o genocídio do povo palestino no Congresso Nacional.

Na guerra de propaganda israelense, Zonshine já havia criticado o governo e a imprensa brasileira, além de emitir nota atacando posição do PT sobre o conflito em Gaza.

Em 20 de outubro, Zonshine foi chamado a dar explicações sobre as críticas ao governo brasileiro e a Lula que, segundo ele, fez manifestações "brandas" sobre a guerra.