Em entrevista ao Fórum Onze e Meia desta quarta-feira (16) o CEO da Quaest, Felipe Nunes, analisa os números da pesquisa de intenção de votos à presidente da República, encomendada pela Genial Investimentos e divulgada nesta quarta e que mantém o ex-presidente Lula (PT) na dianteira com 45% das intenções de votos, mas também revela uma “melhora nas condições políticas” do presidente Bolsonaro (PL).
“Na pesquisa desse mês a gente conseguiu detectar aquilo que a gente chama de melhora nas condições políticas do presidente Bolsonaro. E por que falar com cuidado sobre isso? Por que na avaliação geral, a avaliação do governo está praticamente no mesmo lugar: de 51% para 49% no negativo, e de 22% para 24% no positivo, dentro da margem de erro”, explica.
Te podría interesar
Porém, Felipe Nunes explica que são outros números que indicam uma recuperação do presidente. “Mas quando a gente olha para o substrato da movimentação da sociedade, a gente consegue ver um quadro mais esclarecedor. Há uma recuperação do governo com o público masculino, no Sul e no Centro-Oeste, uma melhora entre os evangélicos, ou seja, o que parece que está acontecendo é a volta dos que não foram. Esse eleitor agora olha para o cenário eleitoral e não vê mais a possibilidade de uma terceira via competitiva e começa voltar aos poucos para o colo do presidente”, analisa Nunes.
Para Felipe Nunes explica há duas explicações para o crescimento de Bolsonaro. "A primeira é o eleitor da terceira via que continua preferindo votar em outra opção, mas não encontra e começa a voltar para o Bolsonaro. E o outro fenômeno, que eu acho mais significativo, que é o efeito que o Auxílio Brasil tem feito entre aquele que foi o eleitor do Bolsonaro em 2018, que é de renda baixa, a variação neste eleitorado, para se ter uma ideia, da expectativa de que o governo está pior: 45% diziam que o governo era pior do que ele imaginava, agora, em março, esse percentual caiu para 23%".
Te podría interesar
Lula vence no primeiro turno?
Felipe Nunes também analisou o desempenho do ex-presidente Lula, que aparece com 45% das intenções de votos no primeiro turno e vence todos os seus adversários no segundo. "O Lula continua sendo o favorito. Hoje a pesquisa não mais indica possibilidade de vitória no primeiro turno, isso começa a mudar e a ideia de segundo turno começa a aparecer na pesquisa. Mas o Lula continua com grande favoritismo. No segundo turno com uma vantagem com mais de 20 pontos, como no primeiro turno, que a distância ainda é significativa", diz Nunes.
Assim como no cenário de Bolsonaro, Felipe Nunes também aponta dois elementos que devem ser analisados nos números que circundam o candidato do PT à presidência. "Primeiro: o não aumento da rejeição da Lula. Hoje ela está em 42%, é a menor entre os candidatos mais conhecidos e ela não vem crescendo nos últimos seis meses. Ela oscila entre 39%, 40% e 42$, não tem variações significativas aí”, elucida.
"Segundo elemento: se a economia é o principal problema brasileiro, a economia também é a principal razão para votar em alguém. A gente pergunta: como você escolhe em votar? E 43% respondem que depende da situação econômica. O Lula é visto como a principal solução para esse caso”, finaliza o CEO da Quaest.
Confira abaixo a entrevista na íntegra: