O bolsonarismo, principal movimento de extrema direita no Brasil atualmente, representa o que há de pior na humanidade: fascismo, neoliberalismo, ódio ao pobre, estupidez, fake news, ideologia coach, fanatismo neopentecostal, sentimento antipolítica e submissão ao imperialismo. Tudo isso pode ser sintetizado no slogan "liberal na economia, conservador nos costumes".
Como a nomenclatura indica, o principal nome desse nefasto movimento é Jair Messias Bolsonaro. No entanto, apesar da retórica, o ex-presidente não representa o combo completo.
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Ele possui todas as características do fascismo, se orgulha da própria ignorância e já prestou continência à bandeira estadunidense.
Em contrapartida, Bolsonaro nunca foi "liberal na economia". Ele só adotou esse discurso para vencer a eleição presidencial de 2018, a partir da indicação do "avalista" do mercado Paulo Guedes como ministro da Economia. Consequentemente, o inelegível não deve acreditar nos mitos difundidos por coachs Brasil afora, relacionados ao livre empreendedorismo ou à meritocracia.
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Como sabemos, Bolsonaro não atuou na iniciativa privada. Há décadas vive encostado no setor público, que ele tanto critica. Assim, soa controverso se vender como "antipolítica" ou "antissistema".
Bolsonaro também não é evangélico. Sua aproximação com esse público, via Michelle, é puro oportunismo eleitoreiro. Além disso, um indivíduo com dois divórcios no currículo não seria alguém indicado como defensor da "tradicional família cristã".
Se Bolsonaro não é "bolsonarista praticante" em certos aspectos, por outro lado, um nome vem se destacando na extrema direita nos últimos dias. Trata-se do candidato à prefeitura de São Paulo Pablo Marçal.
Marçal tem todos os componentes fascistóides, desprezo pelo pobre e o ódio ao conhecimento de Bolsonaro; mas vai além. Ele realmente abraça a racionalidade liberal, teoria e prática.
Como coach, prega ideias nefastas como meritocracia, teologia da prosperidade e livre empreendedorismo no sistema capitalista (inclusive, em seu plano de governo para o município de São Paulo, há a inclusão dessa temática na educação básica). Marçal ficou rico vendendo essas ilusões. O típico guru motivacional e self-made man (perfil que, evidentemente, não se encaixa em Bolsonaro).
Diferentemente do "mito", que há décadas parasitou o parlamento brasileiro, Pablo Marçal realmente é um outsider na política. Nesse sentido, ele conseguiu algo jamais imaginado por Bolsonaro: tumultuar ao extremo debates eleitorais, com insinuações rasteiras e acusações pessoais contra seus adversários (sem apresentar provas). Elevou a ideia de fake news política a outro patamar.
Diante desse histórico, não é por acaso que, em circuitos da extrema direita, Marçal já é cotado como nome para a eleição presidencial de 2026. É cedo para afirmar. Mas é fato que, pelo menos em se tratando de economia, Marçal coloca mais em prática os dogmas do bolsonarismo do que o próprio Bolsonaro. Se o gado vai abandonar o ex-capitão e jurar fidelidade ao coach, só o tempo dirá.
*Este artigo não reflete, necessariamente, a opinião da Fórum