FOI SÓ O ESPERADO

Assustado com bolsonaristas desejando a morte de Lula? Não deveria

O bolsonarismo é uma seita composta por gente desajustada, disfuncional e safada. Você acha que quem venera torturador e aplaude assassinatos da PM tem algum resquício moral?

Créditos: Ricardo Stuckert
Escrito en OPINIÃO el

Para além de toda a repercussão no noticiário nacional e internacional do principal fato jornalístico do dia, a internação do presidente Lula para drenar uma hemorragia intracraniana, um aspecto chamou muito a atenção na cobertura do episódio: as toneladas de matérias e postagens denunciando bolsonaristas anônimos e “famosos” desejando aberta e explicitamente a morte do veterano político que ocupa a chefia do Estado brasileiro.

Claro, tais fatos justificam as reportagens publicadas sobre esse comportamento, mas o que me espanta nisso tudo é grande parte da sociedade “normal” ficar surpresa, horrorizada e chocada com um monte de cidadãos e cidadãs dizendo sem rodeios que estão torcendo, orando ou desejando muito que Lula morra. Gente, nós estamos falando de bolsonaristas.

O bolsonarismo, em síntese absoluta e de forma mais sucinta possível, é uma seita composta por gente desajustada, disfuncional e safada. E nem se trata aqui de ofender essas pessoas, embora as palavras soem pesadas. Esse quadro é algo já constatado de forma irrefutável.

Imagine você ser alguém que encontrou sentido na sua vida após conhecer um sujeito tosco, irremediavelmente ignorante e violento, que a única coisa que fez na vida para ganhar alguma notoriedade foi passar décadas dizendo e fazendo as coisas mais abjetas e moralmente baixas para transmitir uma imagem de uma pessoa má. Gritos, pedidos de morte, frases desumanas e vergonhosas, xingamentos, enfim, todo tipo de chorume verbal e gestual para tentar aparecer e ser notado, passando longos 30 anos sendo visto como um idiota a ser ignorado.

Agora, você acha mesmo que quem venera esse cara, e ainda festeja torturador, aplaude assassinatos de PMs, difunde teses anticientíficas no meio de uma pandemia mortal e que idolatra todo tipinho canalha e descompensado seria alguém que teria mínimos resquícios morais para não fanfarronar clamando pela morte de um adversário que encara como inimigo mortal?

Isso que tratamos aqui nem se refere a Lula. Podia ser sobre o padeiro da esquina, sobre o técnico da seleção, sobre um funkeiro ou uma atriz famosa. Seria “natural” que alguém não nutrisse amores ou não incluísse em suas orações pedidos de melhora para alguém que odeie ou deteste muito, mas como disse, nem é disso que se trata esse texto. Cada um age como bem entender em relação ao outro.

Falamos aqui sobre esse barbarismo insano, exibicionista. É uma espécie de concurso para ver quem é o mais asqueroso, para eleger o maior mau-caráter do país, o soberano da escrotice nas redes. Essa gente é desajustada por se espelhar numa figura repulsiva que é vista no planeta todo como um pária nojento, é disfuncional por comprometer e submeter sua capacidade como ser humano simplesmente para bajular um facínora, e é safada por fazer tudo isso com plena consciência. Trocando em miúdos, falamos de uma seita e é impossível encarar isso com alguma racionalidade a ponto de nos espantarmos com esse comportamento.

Nós vivemos para ver uma sociedade em que ser nocivo nas relações e abjeto nas atitudes é motivo de orgulho para quem quer aparecer e se integrar com seus iguais. Vale tudo nessa busca mesquinha por uma migalha de atenção, sempre se alimentando dessa máquina sórdida de triturar consciências e freios morais.

Pare, pense e reflita. Você deveria mesmo se surpreender ou se chocar com tudo isso que viu hoje? Ah, faça-me o favor...

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