Segundo um conhecido ditado popular, dinheiro não traz felicidade. Entretanto, no cenário futebolístico dos últimos anos, dinheiro tem, de alguma forma, trazido felicidade; pelo menos para as torcidas dos clubes que possuem recursos suficientes para investir nas contratações dos melhores jogadores.
Não por acaso, no recém-terminado Campeonato Brasileiro, os três elencos mais caros do país – Flamengo, Palmeiras e Galo – estiveram entre os quatro primeiros colocados. Além disso, o último campeão nacional não pertencente a este trio “bilionário” foi o Corinthians, em 2017.
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Em âmbito subcontinental, o fato de o Brasil ter vencido as cinco últimas edições da Taça Libertadores da América também pode ser explicado pelo poderio financeiro, pois, nossos clubes, além de repatriarem jogadores que atuavam na Europa (diferentemente de argentinos e uruguaios, com bem menos recursos), têm contratado atletas que se destacam em outros países sul-americanos. Assim, ao mesmo tempo em que se reforçam, enfraquecem seus rivais.
Na Europa, onde cifras astronômicas são investidas no esporte mais popular do planeta, as diferenças entre clubes são ainda maiores. Isso reflete no fato de as principais ligas e torneios do continente serem dominados por alguns poucos clubes, como Barcelona, Real Madrid, Liverpool, Manchester City e Bayern de Munique.
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Já em torneios mundiais, quando se enfrentam as principais equipes da Europa (verdadeiras “seleções do mundo”) e da América do Sul, o predomínio europeu é gritante. Afinal de contas, desde 2013, o mundial de clubes é vencido apenas por times do Velho Continente.
Isso não significa, evidentemente, afirmar que jogadores europeus são melhores do que seus congêneres sul-americanos (basta mencionar, por exemplo, que a última campeã mundial é a Argentina).
Em outras épocas, quando o futebol ainda não era tão globalizado e o poderio monetário não desequilibrava, os clubes da América do Sul, em geral, eram melhores do que os da Europa (haja vista a vantagem no número de vitórias em torneios internacionais, registrada até a década de 90).
Lembrando o título de uma famosa música, interpretada pela cantora estadunidense Cyndi Lauper, “money changes everything” (dinheiro muda tudo). No caso abordado neste texto, muda até o futebol, já não tão “imprevisível” como outrora. Quem tem dinheiro, investe maciçamente, tem os melhores jogadores e, consequentemente, vence os principais torneios.