Escancarando seu alinhamento ao neofascismo ultraliberal, que no Brasil tem como representante Jair Bolsonaro e sua horda extremista, a Folha mentiu descaradamente sobre a própria pesquisa Datafolha para defender a privatização da Petrobrás, do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal (CEF) em editorial publicado na capa da edição deste domingo (25) do jornal.
Ao defender que o "trio de gigantes deve ser o próximo tabu a ser derrubado no bem-sucedido programa brasileiro de desestatização", o jornal da família Frias diz que "o Datafolha mostrou, no ano passado, que as opiniões favoráveis a privatizações já realizadas ou em curso —da telefonia ao saneamento, de rodovias e aeroportos à energia— superam as contrárias".
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No entanto, a própria reportagem linkada no texto disponibilizado no site, com o resultado da pesquisa divulgada em 8 de abril de 2023, mostra que 45% dos brasileiros se dizem contrários às privatizações, contra 38% que se dizem a favor.
A pesquisa revela ainda que há maior rejeição ainda à privatização do "trio de gigantes": 53% são contra a privatização da Petrobras e 55% não querem a venda do BB e da Caixa.
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Dona do banco virtual PagBank, que lucrou R$ 542 milhões no segundo trimestre de 2024 (alta de 31%) e que dá lastro às atividades "jornalísticas" do grupo Folha, a família Frias repete a mesma ladainha de décadas, sobre "aparelhamento e má gestão", para justificar a venda das três empresas.
Sem vergonha ou pudor, o jornal diz que "esse aparato é custosamente mantido sob o comando do Estado, sobretudo, por interesses políticos e sindicais", mesmo com os sindicatos à míngua desde a escalada golpista da ultradireita com Michel Temer (MDB) e Bolsonaro.
A ladainha segue com a defesa de uma "privatização criteriosa, com modelos que incentivem a competição e regulação que salvaguarde os interesses dos consumidores", sem mencionar, obviamente, os monopólios e oligopólios estatais em setores já privatizados, o controle do setor bancário concentrado nas mãos de poucas famílias e o truste internacional das petrolíferas transnacionais.
Mídia golpista
A defesa da privatização das três grandes empresas públicas - que têm importância estratégica diante de dois setores, de petróleo e bancos, cobiçados pelo sistema financeiro internacional - acontece em meio ao flerte da família Frias com o bolsonarismo.
Neste mês, a Folha vem se alinhando ao bolsonarismo e incitando, por meio de denúncias vazias, uma nova ação de extremistas ligados a Jair Bolsonaro contra o Supremo Tribunal Federal (STF) e, principalmente, Alexandre de Moraes.
Em um levante contra o ministro, um dos principais inimigos de Bolsonaro, a Folha acusou Moraes de "atuar fora do rito" em uma série de denúncias vazias a partir do vazamento de conversa de assessores subordinados a ele no STF e no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
As gravações foram vazadas à Folha e ao jornalista Glenn Greenwald, ao que tudo indica, por policiais subordinados ao governador Tarcísio Gomes de Freitas (Republicanos) a partir de uma prisão suspeita do ex-chefe do departamento de fake News do TSE, Eduardo Tagliaferro, propagada nas redes por Carla Zambelli (PL-SP).
As estranhas circunstâncias sobre o vazamento das conversas, que até o momento não apresenta ilegalidade, virou alvo de um inquérito e o próprio Tagliaferro admite controvérsias sobre a apreensão de seu celular pela polícia paulista, sinalizando uma "armação política".
A partir das denúncias vazias, o próprio jornal divulgou um editorial atacando o ministro e sugerindo uma possível anistia a Bolsonaro e golpistas do 8 de janeiro dizendo que "há acusados e investigados que poderão, com base nas informações que vêm sendo levantadas pelo jornalismo profissional, solicitar a nulidade de provas ou a reversão de decisões".
As informações levantadas pelo "jornalismo profissional", como cunha o jornal, são justamente as reportagens com as denúncias vazias contra o próprio ministro.
Essas mesmas reportagens incitaram os aliados de Bolsonaro nas redes e no Senado, onde pressionam o presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (PSD-MG) a pautar o impeachment de Moraes. As denúncias vazias também fizeram com que o bolsonarismo voltasse às ruas, convocando um novo ato golpista para o próximo dia 7 de Setembro.
Vale lembrar que a mesma pesquisa Datafolha que mostrou que a maioria dos brasileiros é contra a privatização da Petrobrás, BB e Caixa aponta que o maior apoio à venda das estatais se encontra entre os simpatizantes do PL, de Bolsonaro: 70% ante 30% que dizem ser contra.
Entre os simpatizantes do PT, de Lula, a pesquisa mostra o inverso: 56% são contra e 28% a favor. A pesquisa ainda mostra que aqueles que simpatizam com "outro partido" também rechaçam a política neoliberal: 43% contra e 41%. Assim como entre os que não têm preferência partidária: 41% a 39%.