ONU

Sardenberg "ressuscita" aiatolá Khomeini, que morreu há 3 décadas

Para defender Israel e criticar a ONU, o jornalista inventa fake news e comete gafe

Carlos Sardenberg ressuscitou Líder Supremo do IrãCréditos: Reprodução/Globo
Escrito en MÍDIA el

O jornalista e comentarista do grupo Globo Carlos Sardenberg cometeu uma gafe no Twitter. Para defender o estado de Israel e criticar as resoluções da ONU, o analista afirmou que o Conselho de Segurança das Nações Unidas não condena países como Coreia do Norte, Afeganistão e Síria.

"Em 2022, o Conselho de Direitos Humanos da ONU emitiu várias condenações a Israel, a única democracia do Oriente Médio. Nada sobre os crimes do Taleban, da Coreia do Norte de Kim Jong-un ou da Síria de Bashar al-Assad", afirmou Sardenberg no X, antigo Twitter.

Mas o principal mesmo veio no fim da frase: o hipócrita Conselho de Direitos Humanos da ONU não disse "nada sobre o aiatolá Khomeini".

O problema é que o aiatolá Khomeini morreu em 1989, há 34 anos. Se o Conselho estivesse preocupado como foi o governo de pessoas que morreram há décadas, tudo bem, mas não é o caso.

O atual Líder Supremo do Irã é o aiatolá Ali Khamenei. Ok, nomes parecidos, mas pessoas bem diferentes. 

Conselho condenou países citados

Além disso, fomos conferir se o que Sardenberg estava falando era verdadeiro. 

Nos documentos de resolução do Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas de 2022, existem denúncias de situações de violação aos direitos humanos na Coreia do Norte, no Afeganistão, na Síria e no Irã.

Ou seja: além de "ressuscitar" o Líder Supremo do Irã, Sardenberg sequer conferiu as resoluções do conselho para saber se o que estava falando é verdade. Não era. 

O documento é público, de fácil acesso, e pode ser lido no próprio site da ONU. Recomendamos a leitura.