Uma defesa esdrúxula do Telegram feita pelo jornalista Jorge Pontual, correspondente da Globo em Nova York, está sendo compartilhada por apoiadores de Jair Bolsonaro (PL) para atacar a decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que neste sábado (19) deu prazo de 24 horas para que o aplicativo cumpra as decisões judiciais, sob o risco de bloqueio da rede no Brasil.
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O vídeo com a declaração foi compartilhado por membros do chamado Gabinete do Ódio, como Tercio Arnaud Tomaz, assessor de Bolsonaro, pelo blogueiro Allan dos Santos, que fugiu para os EUA acusado de comandar a milícia digital bolsonarista, e por parlamentares que apoiam o presidente, como Marcel van Hattem (Novo-RS).
No debate, realizado na GloboNews, Pontual classifica a decisão judicial como "censura" - para delírio dos bolsonaristas - e diz que passou a utilizar o Telegram apenas depois de desencadeada a guerra na Ucrânia.
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Dizendo viver "em um país livre, onde há plena liberdade de informação", Pontual se contradiz ao ressaltar que "é impossível cobrir essa guerra sem o Telegram", um aplicativo que foi desenvolvido por Pavel Durov, que é considerado o "Mark Zuckerberg russo".
"O presidente Zelensky usa o Telegram para divulgar seus vídeos, todas as suas comunicações. Todas as informações em tempo real do que está acontecendo na Ucrânia vem via Telegram. Nenhuma outra rede está fazendo isso", diz o jornalista, denunciando de forma velada a censura e seletividade de informações da Meta - dona do WhatsApp e do Facebook -, uma empresa que foi criada nos EUA, o "país livre" onde ele vive.
"Jorge Pontual, Globo News: 'Nenhuma autoridade pode decidir o que é verdade ou mentira. Cabe ao público decidir o que é fake news ou não é… É uma censura. Eu fico surpreso de ver jornalista defendendo CENSURA'", compartilhou Allan dos Santos em seu pefil no Twitter.
"Para quem não entendeu ainda a GRAVIDADE do que fez o Ministro Alexandre de Moraes ao bloquear o Telegram no Brasil, recomendo esse depoimento do Jorge Pontual em plena Globo News, diretamente de Nova Iorque", escreveu van Hattem ao divulgar o vídeo.