ELEIÇÕES 2022

VÍDEO: Desesperados, bolsonaristas tentam burlar bloqueio do Telegram

Anúncio de bloqueio do aplicativo causou pânico e incredulidade em grupos bolsonaristas. Alguns apoiadores do presidente não acreditavam na decisão por estarem debatendo a questão justamente na rede.

Grupo Exército de Bolsonaro no Telegram.Créditos: Reprodução/Telegram
Escrito en POLÍTICA el

O anúncio de que o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou o bloqueio da operação do aplicativo de mensagens Telegram em todo o Brasil em razão de descumprimento de ação judicial caiu como uma bomba nos grupos de apoio a Jair Bolsonaro (PL) na rede.

Em meio ao pânico e descrença - alguns dos bolsonaristas não acreditavam na decisão por estarem debatendo a questão justamente na rede -, vídeos e textos ensinando a burlar um eventual bloqueio, que deve ocorrer efetivamente se o Telegram não cumprir as medidas judiciais até a próxima terça-feira (22).

O assunto tomou conta do grupo Exército de Bolsonaro, que tem mais de 34 mil membros. Além de teorias conspiratórias e ataques a Alexandre de Moraes, os apoiadores distribuíram mais fake news, como um tuite falso de Sergio Moro parabenizando o ministro "pela prudente iniciativa de banir o Telegram do Brasil".

Os apoiadores também iniciaram uma migração para o Getrr, rede social criada por Jason Miller, que é ex-assessor de Donald Trump e reúne em sua maioria adeptos do discurso da ultradireita.

AGU entra com ação

Na noite desta sexta-feira, a Advocacia-Geral da União (AGU) pediu ao STF a suspensão do bloqueio ao Telegram no Brasil.

O argumento da AGU é de que o descumprimento de uma ordem judicial, principal motivo apontado na decisão de Moraes, não deve causar sanções contra aplicativos de qualquer natureza.

“Daí porque sanções podem ser aplicadas a provedores de conexão ou aplicações de internet (como o Telegram e o Whatsapp) se eles não respeitarem o sigilo
das comunicações, se fizerem uso indevido dos dados pessoais, mas não (pelo menos com fundamento no Marco Civil da Internet) por descumprirem uma ordem judicial”, diz o pedido assinado por Bruno Bianco.

Em discurso em igreja evangélica no Acre, Jair Bolsonaro (PL) disse que a suspensão das operações do Telegram no Brasil é uma medida “inadmissível” e que pode causar óbitos.

“Porque não conseguiu atingir duas ou três pessoas, que na cabeça dele deveriam ser banidas do Telegram, ele atinge 70 milhões de pessoas, podendo causar óbitos no Brasil por falta de um contato paciente-médico”, disse Bolsonaro mirando diretamente Moraes.