Dono do Telegram aparece: “Problema no e-mail, não vi mensagens do STF, desculpa”

Parece manchete do Sensacionalista, mas não é. O russo dono do Telegram, Pavel Durov, que vive escondido pelo mundo e não responde a nenhuma autoridade judicial quanto aos desmandos de seu aplicativo, apareceu do nada depois de ter o serviço suspenso no Brasil por ordem do ministro Alexandre de Moraes, do STF. Mas o que mais chamou a atenção foi a desculpa bizarra que ele deu para não responder às intimações emitidas pela Justiça brasileira.

"Parece que tivemos um problema com e-mails entre nossos endereços corporativos do telegram.org e o Supremo Tribunal Federal. Como resultado dessa falha de comunicação, o Tribunal decidiu proibir o Telegram por não responder. Em nome de nossa equipe, peço desculpas ao Supremo Tribunal Federal por nossa negligência. Definitivamente, poderíamos ter feito um trabalho melhor", escreveu o bilionário, no próprio Telegram.

Depois da desculpa mais esfarrapada do mundo, já que as autoridades brasileiras procuraram a empresa com sede em Dubai de todas as formas, até com correspondências pelo correio, matérias de TV e na internet e por meio da diplomacia e de escritórios de advogados no exterior, Pavel fez questão de lembrar “que até já cumpriu decisões do Supremo”, como a determinação para remover os perfis do blogueiro extremista bolsonarista Allan dos Santos, em fevereiro.

"Infelizmente, nossa resposta deve ter sido perdida, porque o Tribunal usou o antigo endereço de e-mail de uso geral em outras tentativas de entrar em contato conosco. Como resultado, perdemos sua decisão no início de março que continha uma solicitação de remoção de acompanhamento. Felizmente, já o encontramos e processamos, entregando hoje outro relatório ao Tribunal", se justificou Durov após ter o serviço de seu aplicativo suspenso no Brasil, o que certamente acarreta em sérios prejuízos para ele.

O bilionário russo pediu encarecidamente ao Supremo Tribunal Federal que ponha fim à suspensão do Telegram no país e que dê mais alguns dias para que sejam analisadas as demandas brasileiras, apelando para o fato de que o aplicativo é usado para as pessoas falarem com seus familiares e amigos. Agora, depois de ficar fora do ar, Durov quer estabelecer uma estrutura no Brasil para lidar com os futuros problemas que possam surgir por aqui.