Um artigo publicado na revista Nature nesta quarta-feira (4) narra a descoberta, na Antártida, de um fóssil de ave datado em pelo menos 69 milhões de anos, possivelmente o mais antigo já encontrado do gênero.
A ave, Vegavis iaai, foi identificada como um espécime aquático e é, provavelmente, um ancestral distante dos patos e gansos modernos. A diferença é que essa grande ave ancestral viveu junto aos dinossauros, e um outro fato curioso se sobressai no estudo: ela pode ter sobrevivido à grande extinção K-T, em que o impacto da colisão de um asteroide dizimou a maioria da vida na Terra ao final do Cretáceo (há aproximadamente 66 milhões de anos).
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Algumas espécies de aves aquáticas e terrestres sobreviveram à grande extinção, no entanto. Uma delas pode ter sido a Vegavis iaai, que finalmente teve um fragmento de crânio quase completo estudado.
Descobertas iniciais de reminiscentes fósseis dessa ave já haviam sido reportadas em 1992, coordenadas pela paleontóloga Julia Clarke, da Universidade do Texas, nos Estados Unidos.
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Mas os reminiscentes de crânio da espécie só puderam ser encontrados de fato em 2011, e análises publicadas nesta quarta (5) revelaram com mais detalhes sua filogenia, isto é, a posição genealógica da ave em relação aos espécimes modernos.
De acordo com o estudo, a Vegavis iaai tem um crânio muito similar ao das aves atuais, com um único osso no seu bico superior, que demonstra suas características mais modernas em relação às aves antigas.
Os cientistas trabalharam com modelagem 3D para reproduzir a possível anatomia da ave, que tinha músculos de mandíbula similares ao das aves que caçam peixes, adaptados para comportá-los.
Ela começou a divergir genomicamente das espécies mais antigas de pássaros, aproximando-se mais das espécies modernas, ainda antes do impacto com o asteroide, indicam os pesquisadores.
Ela se assemelhava, então, a uma espécie de pato antigo, sobretudo devido aos aspectos evolutivos de seu bico.