Uma barragem usada por garimpeiros ilegais rompeu e despejou rejeitos nos rios Cupixi e Araguari, afetando os municípios de Pedra Branca do Amapari e Porto Grande, no Amapá. A lama liberada mudou drasticamente a cor da água, causando preocupação entre os moradores, que dependem desses rios para sobreviver e para o abastecimento de suas comunidades.
Segundo o governo do estado, o colapso da barragem aconteceu após um deslizamento de terra em uma área remota e de difícil acesso, onde operava uma mineração clandestina. O incidente, agravado por fortes chuvas, ocorreu na terça-feira (11/2).
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Logo após o rompimento, uma moradora local gravou um vídeo mostrando a transformação da paisagem e expressou sua preocupação com a situação do rio. “O Rio Cupixi está pedindo socorro! A situação aqui está crítica. Olha só a cor da água! Antes era cristalina e agora está assim”, disse ela.
Os garimpeiros ilegais usavam a barragem para armazenar os resíduos da extração de ouro. No momento do acidente, fugiram do local, deixando para trás todo o material contaminante, que escorreu para um igarapé conectado ao Rio Cupixi. O maior temor dos moradores e ambientalistas era que os resíduos atingissem o Rio Araguari, um dos mais importantes do estado.
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Dados divulgados revelam que, nos últimos quatro anos, a área ocupada pelo maior garimpo ilegal do Amapá cresceu cerca de 4,2 mil hectares, o equivalente a 4,2 mil campos de futebol. Nesse período, estima-se que aproximadamente duas toneladas de ouro tenham sido extraídas ilegalmente, movimentando cerca de R$ 642 milhões.
Governo reconhece situação de emergência
Neste sábado (15), o ministro da Integração e do Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, esteve em Porto Grande acompanhado de autoridades estaduais e municipais para analisar os impactos do desastre na região. Diante da gravidade da situação, o Governo Federal, por meio da Secretaria Nacional de Defesa Civil (SEDEC), reconheceu estado de emergência nos municípios de Pedra Branca do Amapari, Porto Grande, Ferreira Gomes e Cutias do Araguari, no Amapá.
Na sexta-feira (14), a Polícia Científica do Amapá (PCA) informou ter realizado a coleta de amostras de água em Pedra Branca do Amapari. Polícias Civil e Federal abriram inquérito para investigar a causa e os responsáveis pelo dano ambiental.