Dois anos após o início da Operação Libertação, a Polícia Federal já instaurou 350 inquéritos, indiciou 720 pessoas e efetuou 299 prisões relacionadas ao garimpo ilegal na Terra Indígena Yanomami, em Roraima. Desde fevereiro de 2023, quando foi decretada emergência em saúde pública na região devido à crise humanitária provocada pela presença de invasores, a operação desencadeou 24 ações específicas.
De acordo com o balanço da PF, foram cumpridos 144 mandados de busca e apreensão, 20 de prisão preventiva e 4 de prisão temporária. Além disso, 277 inquéritos policiais vinculados à operação já foram concluídos. No entanto, nem a corporação nem a Justiça Federal confirmaram quantas pessoas ainda estão detidas sob acusações de exploração ilegal de minérios na área protegida.
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Antes da resposta do governo à crise, estimava-se que cerca de 20 mil invasores estivessem na Terra Yanomami, majoritariamente garimpeiros. A presença dessas pessoas gerou insegurança para os povos indígenas, agravando episódios de violência e aprofundando os problemas de saúde pública, especialmente a disseminação da malária.
Na última quinta-feira (6), o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luís Roberto Barroso, determinou que o governo federal apresente, em até dez dias, uma explicação para o aumento recente nos casos de malária no território.
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Dados da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB) apontam que o número de registros da doença subiu 27% entre 2023 e 2024, passando de 14.450 para 18.310 casos. As infecções respiratórias agudas também cresceram de forma alarmante no mesmo período, com alta de 270%, saltando de 3.113 para 11.484 ocorrências.
Em resposta preliminar, o governo federal atribuiu o crescimento dos casos de malária ao aumento de 73% na testagem, o que teria elevado o número de diagnósticos. O governo também afirmou que houve redução de 35% nas mortes pela doença em 2023, além de quedas significativas nos óbitos por desnutrição (-68%) e infecções respiratórias (-53%).
Enquanto isso, no município de Maués, no Amazonas, agentes da PF descobriram uma rede de túneis construída para facilitar a fuga de garimpeiros durante ações de fiscalização ambiental. Durante uma operação na semana passada, foram encontrados quatro garimpos subterrâneos interligados a um garimpo principal por passagens improvisadas. Uma das escavações atingia 70 metros de profundidade. A estrutura foi demolida com explosivos pelas autoridades.
*Com informações de Climatempo
