A ilha de Amsterdã, isolada no oceano Índico, é uma ilha vulcânica parte do Território das Terras Austrais e Antárticas Francesas (TAAF) — como são, também as ilhas de Saint-Paul, Kerguelen, Crozt e Terra Adélia.
Com apenas 55 km², a ilha é considerada Patrimônio Mundial da UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura). Sua característica principal talvez seja a localização remota, a mais de quatro mil quilômetros do leste da África do Sul e a cerca de três mil quilômetros de Madagascar.
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Apesar de ter habitantes, a ilha é tão pequena e remota que não possui o que se possa chamar de população -— é conhecida por ser o lar da Base Martin-de-Viviès, uma estação de pesquisa científica em que se estudam o clima, a biologia marinha e a geologia da região, considerada um santuário ecológico. Também é um lugar proeminente no estudo e na medição das concentrações de gases do efeito estufa (GEEs) na atmosfera terrestre: é o único lugar dedicado a essa espécie de análise em toda a América do Sul, narra o RFI.
Estima-se que apenas cerca de 30 pessoas residam ali de maneira "permanente" — todos cientistas, militares e técnicos.
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Mas essa ilha pequena e com rara biodiversidade tem enfrentado, desde os últimos dias de janeiro, uma situação que se acredita irreversível: um incêndio de grandes proporções, que não se conseguiu controlar, e cujas causas ainda são desconhecidas.
O incêndio, que começou por volta do dia 15 de janeiro, se espalhou pela ilha de Amsterdã num ritmo preocupante, e seus moradores tiveram de ser retirados dali de maneira emergencial e levados às ilhas próximas — mas a proximidade, para aquela região do Índico, significa mais de três mil quilômetros de distância.
Desde então, o incêndio se alastrou por até 45% do território da ilha (de acordo com informações de 7 de fevereiro), e os ventos tornaram a ação fogo ainda mais rápida e destrutiva.
"Devido ao isolamento da ilha, não há como apagar as chamas", disseram as autoridades locais, que mobilizaram também equipes de combate ao fogo e resgate das ilhas vizinhas.
Quase metade do território já foi consumido pelas chamas, assim como grandes parcelas de sua biodiversidade.
Amsterdã é conhecida por abrigar espécies raras de aves marinhas (como o albatroz de Amsterdã, incidente apenas ali), além de ter a terceira maior população de elefantes-marinhos e focas do mundo.
Veja, abaixo um gráfico, que ilustra a porção da ilha já atingida pelas chamas.