TERREMOTO

Por que as pessoas estão evacuando esta ilha paradisíaca da Grécia?

Um dos destinos mais populares da Grécia decretou estado de emergência e mais de 12 mil pessoas já evacuaram a região, informam veículos locais; entenda

Santorini, Grécia.Créditos: Pixabay
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Desde o final de janeiro deste ano, uma ilha grega "paradisíaca" no mar Egeu tem enfrentado sucessivas ocorrências de tremores de terra de magnitudes baixas a moderadas — mas com uma frequência preocupante.

Os abalos sísmicos em Santorini, um dos destinos mais populares da Grécia, somam mais de 7 mil desde o dia 31 de janeiro, e o maior deles foi reportado no dia 4 de fevereiro, com uma magnitude de 5.3 e 10 quilômetros de profundidade, como informou a Associated Press. Na escala Richter, esse é considerado um tremor de terra moderado (capaz de liberar até 1,8 gigajoules de energia). 

A Defesa Civil grega decretou, esta semana, estado de emergência na ilha, e uma evacuação em massa começou a ser coordenada entre os residentes locais: mais de 12 mil pessoas já deixaram a ilha, de barco ou de avião, desde o início dos tremores, narra o The Guardian. 

"O enxame de terremotos em Santorini-Amorgos continua", diz um usuário em publicação na rede social X, seguido de uma animação gráfica que mostra as incidências dos tremores ao longo Egeu, em relação à sua escala de magnitude.

Mas o que está causando essas atividades sísmicas intensas no destino turístico?

Santorini faz parte do arquipélago de Cíclades, situado sobre a zona de subducção entre as placas tectônicas eurasiana e africana. Ali, há cerca de 1600 a.C., uma das maiores erupções vulcânicas da história da humanidade ocorreu, e pode ter levado ao fim da civilização minoica.

A área em que está a ilha é chamada de Arco Vulcânico Helênico — constituída por uma cadeia de ilhas vulcânicas formadas pela interação entre as placas tectônicas no Mar Egeu, e marcada tanto pelos tremores sísmicos como pelo vulcanismo

Quando as placas tectônicas se movem, com o deslocamento da placa africana para o norte, o atrito gera danos ao longo da superfície, em que uma grande quantidade de energia é liberada na forma de terremotos. 

Além disso, a região tem diversas "zonas de falha" — cadeias montanhosas submersas, formadas pelas interações entre as placas, que geram tremores submarinos e podem estimular as atividades vulcânicas — e essas, então, intensificam os tremores. 

Por enquanto, os tremores indicam ter sido causados apenas por processos tectônicos, sem ocorrência de vulcanismo. 

Agora, os especialistas desejam entender se o terremoto de maior magnitude até agora (5.3) poderia indicar a ocorrência de um mais poderoso, que talvez ofereça riscos maiores, como a formação de tsunamis. 

"Ainda estamos no meio do caminho", disse Vassilis K Karastathis, sismólogo que dirige as pesquisas no Observatório Nacional de Atenas, a repórteres locais. "Não vinhos nenhum abrandamento, nenhum sinal de que está caminhando para uma regressão", completou ele.

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