Sicião, uma antiga cidade grega a nordeste do Peloponeso, próxima do golfo de Corinto, foi fundada ainda na Idade do Bronze, período que corresponde de 3.300 a.C. a 1.200 a.C.
Famosa por sua ligação aos meios artísticos, especialmente à escultura e à pintura, a cidade foi dominada por reis e tiranos durante o período clássico da cultura grega, e entrou em declínio com a ascensão da grande Roma, até tornar-se, pouco a pouco, apenas uma cidade provinciana, perdendo um pouco de sua relevância como centro cultural.
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De acordo com um artigo publicado na revista Live Science, foram encontrados ali em Sicião, que tem cerca de 1.600 anos de idade, registros arqueológicos interessantes, que podem mostrar como era o consumo — e a comercialização — de vinho no cotidiano dos gregos antigos.
Arqueólogo da Universidade Wilfrid Laurier, no Canadá, Scott Gallimore compartilhou essa descoberta com Martin Wells, um pesquisador no Austin College; ambos apresentaram os detalhes dessa descoberta, narrados no artigo, durante uma conferência do Instituto de Arqueologia da América, em Chicago, conforme noticiou a revista Smithsonian.
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De acordo com os pesquisadores, foram encontrados em um sítio arqueológico descoberto em Sicião registros históricos de moedas de bronze do reinado de Constantino II, juntas a vasos de argila quebrados no interior de uma loja repleta de escombros, onde garrafas parecem ter caído ao chão de forma brusca e espalhado, então, as moedas.
A loja fazia parte de um edifício maior e mais complexo, que incluía áreas dedicadas a outros produtos, como azeite de oliva, e ferramentas para prensar uvas e azeitonas — além de instrumentos para a produção de vinho.
Tudo estava destruído, dizem os pesquisadores, que sugerem como motivo da bagunça a possível ocorrência de um desastre natural, como um terremoto ou o colapso estrutural do edifício, causado, por exemplo, por chuvas intensas.
Depois da descoberta, os pesquisadores começaram a questionar a origem do vinho que deveria ser vendido ali, suas características e o tipo de uvas que poderiam ter sido cultivadas na região.
"Há algumas evidências de sementes de uva Vitis Vinifera", diz Gallimore à Live Science.
Vitis vinifera é o nome científico da videira europeia, uma espécie nativa da Europa Central, na região mediterrânea, que está presente também no sudoeste da Ásia.
Essa é uma das plantas mais antigas do mundo usada para a produção de vinhos e vinagres, e há várias espécies de uvas derivadas dela, que produzem vinhos dos tipos Cabernet Sauvignon, Pinot Noir e Chardonnay, por exemplo.
"Infelizmente", prossegue Gallimore, não há evidências diretas dos tipos de vinhos que podem ter sido comercializados ali".
A loja parecia ter sido abandonada após o evento que causou a destruição, afirmam os pesquisadores, assim como o complexo do qual ela fazia parte.
Uma imagem de vista aérea mostra o tamanho considerável da construção, que parece ter sido abandonada ainda no início do século V, sem esforços de recuperação posteriores.