CRISE CLIMÁTICA

Terremoto de magnitude 6,8 sacode Cuba após furacões e apagões

Governo cubano pediu que moradores das áreas afetadas deixem a região; não há registro de vítimas

Créditos: Reprodução Mapa do sistema Earthquake USGS mostra o epicentro e as áreas atingidas do terremoto em Cuba
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Dois potentes terremotos abalaram a região leste de Cuba neste domingo (10), causando danos materiais e levando as autoridades a acionarem protocolos de emergência em várias províncias.

Conforme o Centro Sismológico Europeu Mediterrâneo (EMSC, da sigla em inglês), os tremores atingiram magnitudes de 5,9 e 6,8 na escala Richter.

O primeiro sismo foi registrado às 15h50 (GMT), com epicentro localizado a 60 km ao sudeste de Manzanillo e a uma profundidade de 14 km. Cerca de uma hora depois, às 16h49 (GMT), um segundo tremor, mais intenso, atingiu a região, a 64 km ao sudeste da mesma cidade, com profundidade de 17 km.

O Serviço Sismológico Nacional Cubano informou que o segundo terremoto, de maior magnitude, foi localizado a 32 km ao sudeste de Pilón, em Granma, a uma profundidade de 10 km. Os abalos também foram registrados pelo Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS, da sigla em inglês).

Resposta do governo de Cuba

Em resposta à situação, o presidente Miguel Díaz-Canel comunicou que o Conselho de Defesa Nacional entrou em contato imediato com as primeiras secretarias do Partido nas províncias afetadas, incluindo Santiago de Cuba e Granma.

Autoridades confirmaram deslizamentos de terra, danos em moradias e interrupções no fornecimento de eletricidade, especialmente na área de Pilón.

"O mais importante é proteger as vidas", ressaltou Díaz-Canel, orientando que a população permaneça em áreas abertas e garantindo o fornecimento de água, alimentos e apoio psicológico.

Díaz-Canel, pediu que os moradores das áreas afetadas em Santiago de Cuba e Granma evacuem preventivamente. Ele afirmou que o governo já iniciou as avaliações dos possíveis danos e ressaltou o compromisso em garantir a segurança da população local.

A Empresa de Telecomunicações de Cuba (ETECSA) relatou dificuldades temporárias nas comunicações durante os momentos mais críticos dos tremores, mas afirmou que não houve danos à infraestrutura de telecomunicações e que o serviço está sendo restabelecido gradualmente.

Os abalos foram sentidos em um extenso território que abrange as províncias de Santiago de Cuba, Guantánamo, Granma e Holguín. Até o momento, não há alerta de tsunami para as costas cubanas. As autoridades continuam a avaliar os danos para iniciar os esforços de recuperação.

Santiago de Cuba é conhecida por sua atividade sísmica, uma vez que está localizada próxima a uma falha geológica que marca o limite entre as placas tectônicas do Caribe e da América do Norte.

Esse histórico aumenta a vulnerabilidade da região a tremores frequentes, mas as autoridades cubanas têm intensificado esforços para monitorar e responder a esses eventos com rapidez e eficácia.

O terremoto ocorre em um momento delicado para Cuba, que enfrenta os efeitos do recente furacão Rafael, que passou pela ilha na última quarta-feira (6).

Ressaca do furacão Rafael

O furacão Rafael trouxe graves impactos para a ilha, especialmente nas regiões costeiras e áreas rurais. O fenômeno, classificado como um furacão de alta intensidade, causou ventos fortes, chuvas intensas e uma devastação significativa em diversas comunidades, deixando um rastro de destruição e provocando apagões em várias áreas do país.

Grande parte das áreas afetadas, especialmente nas províncias de Artemisa e Santiago de Cuba, ficou sem energia elétrica após o furacão. As equipes de reparo estão mobilizadas, mas em algumas regiões ainda há dificuldades para restabelecer o fornecimento de eletricidade devido aos danos extensos na infraestrutura.

Nas áreas mais atingidas, como a praia Majana, em Artemisa, o furacão destruiu moradias, telhados e outras estruturas essenciais. Em muitas vilas, os danos obrigaram as famílias a buscarem abrigos temporários fornecidos pelo governo e organizações locais.

O furacão devastou cultivos em várias partes da ilha, resultando em perdas significativas de alimentos e afetando diretamente o setor agrícola cubano. Plantações de banana, cana-de-açúcar e outros produtos básicos foram arrasadas, colocando pressão adicional sobre o abastecimento interno e a economia local.

A passagem do furacão danificou sistemas de abastecimento de água em algumas localidades, comprometendo o acesso a água potável para muitas comunidades. A situação tem exigido a mobilização de recursos para atender as necessidades básicas da população afetada.

O governo cubano e organizações de ajuda humanitária têm trabalhado intensamente para oferecer assistência emergencial aos residentes das áreas mais afetadas, fornecendo abrigos temporários, alimentos e atendimento médico. As autoridades também têm coordenado esforços para restaurar os serviços básicos o mais rápido possível.

O furacão Rafael e os terremotos deste domingo somam-se a outros desafios enfrentados pelo país, impactando diretamente na recuperação econômica e social.

O governo cubano e a população agora concentram esforços na reconstrução e mitigação dos danos, buscando parcerias e ajuda internacional para acelerar o processo de recuperação.

Com informações da TeleSur