PREJUÍZO

Cuba calcula em US$ 5 bilhões anuais o impacto do embargo dos EUA

“A única coisa honesta, responsável, séria por parte do atual inquilino da Casa Branca seria modificar no restante do seu mandato” as “políticas de bloqueio que herdou antes, mas que aplicou intensamente”, diz ministro das Relações Exteriores cubano

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Nesta quinta-feira (12), o governo cubano anunciou que o impacto estimado na economia do país em função do embargo imposto pelos Estados Unidos ao país gira em torno de US$ 5 bilhões.

“Estima-se que, se o bloqueio não existisse, o PIB de Cuba a preços correntes poderia ter crescido cerca de 8% em 2023”, em vez da retração de 2%, apontou, em coletiva, o ministro das Relações Exteriores, Bruno Rodríguez Parrilla.

“A única coisa honesta, responsável, séria por parte do atual inquilino da Casa Branca seria modificar no restante do seu mandato” as “políticas de bloqueio que herdou antes, mas que aplicou intensamente” durante a sua presidência, disse.

A declaração faz referência ao atual presidente estadunidense, Joe Biden e ao seu antecessor, Donald Trump. Em junho de 2017, no seu primeiro ano de seu governo, o republicano anunciou o cancelamento da política de distensão promovida na gestão de Barack Obama para o país caribenho.

No fim de seu mandato, no início de 2021, Trump designou Cuba como “Estado patrocinador do terrorismo”, ampliando ainda mais o rol de sanções contra o país. Somente em maio deste ano, o governo Biden reverteu a medida, um ato mais simbólico do que efetivo, já que manteve o embargo comercial e financeiro contra Cuba em vigor há mais de 66 anos, desde 14 de março de 1958.

Resolução da ONU

O ministro ressaltou ainda que “de 1º de março de 2023 a 29 de fevereiro deste ano, o bloqueio causou danos materiais a Cuba da ordem de US$ 5,056 bilhões”, um aumento de US$ 189,8 milhões em relação ao relatório anterior.

Em 2023, por uma ampla maioria de 187 votos a favor, a Assembleia Geral da ONU voltou a aprovar uma resolução pelo fim do embargo econômico estadunidense a Cuba. A resolução vem sendo aprovada desde 1962 e, neste ano, teve dois votos favoráveis a mais do que em 2022, incluindo o do Brasil, que se absteve em 2022. Os únicos votos contrários foram de Estados Unidos e Israel. A Ucrânia se absteve.

À época, o ministro das Relações Exteriores do país citou que “Cuba está impedida de comprar de empresas norte-americanas e suas subsidiárias em outros países, equipamentos, tecnologias, dispositivos médicos e produtos farmacêuticos de uso final e, portanto, é forçada a adquiri-los a preços exorbitantes por meio de intermediários ou a substituí-los”.