Uma pesquisa recente sugere que os dinossauros mais antigos provavelmente se originaram em regiões equatoriais quentes do supercontinente Gondwana.
Este território, que ocupava o hemisfério sul e abrangia mais de 80% das terras emergidas da Terra, incluía áreas que hoje correspondem à Amazônia, à Bacia do Congo e ao Deserto do Saara. Gondwana reunia continentes como África, Américas, Antártida e partes do Sudeste Asiático.
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Embora sejam amplamente estudados, a origem exata dos dinossauros ainda permanece um mistério, como explicou Joel Heath, autor principal do estudo e pesquisador do Museu de História Natural e Ciências da Terra da UCL. “Ainda não sabemos ao certo onde os dinossauros apareceram pela primeira vez. Nosso trabalho sugere que eles surgiram em latitudes mais baixas de Gondwana, áreas quentes e secas, compostas por desertos e savanas.”
Apesar dessas conclusões, ainda não foram encontrados fósseis de dinossauros nas regiões da América do Sul ou da África que integravam essa parte específica do supercontinente. Heath acredita que isso se deve, em grande parte, à dificuldade de acesso e à falta de esforços sistemáticos de escavação nesses locais.
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A pesquisa combinou dados sobre registros fósseis, linhagens evolutivas e geografia do período. Diferentemente de abordagens anteriores, o estudo tratou locais sem fósseis conhecidos como regiões com "falta de dados", e não como áreas onde fósseis inexistem.
Origem modesta e ascensão
No início, os dinossauros eram um grupo discreto, formado por pequenos animais que competiam com outros répteis, como ancestrais de crocodilos e pterossauros. Os primeiros dinossauros tinham porte reduzido, variando do tamanho de uma galinha ao de um cão, e eram bípedes e onívoros. A predominância desse grupo só ocorreu após uma grande erupção vulcânica, cerca de 200 milhões de anos atrás, que extinguiu boa parte dos outros répteis.
“Os dinossauros iniciais eram adaptados a condições de calor e aridez. Entre os três grandes grupos de dinossauros, os saurópodes permaneceram em climas mais quentes e se desenvolveram em áreas de baixa latitude”, destacou Philip Mannion, coautor do estudo e pesquisador da UCL.
Por outro lado, os terópodes e os ornitísquios, em estágios mais avançados de evolução, adquiriram a capacidade de gerar calor corporal, o que lhes permitiu explorar regiões frias, incluindo áreas polares, já no final do período Jurássico.