A geoengenharia, também chamada de "engenharia climática", nasceu com um objetivo: interferir nas condições físicas que causam o fenômeno do aquecimento global.
As técnicas são voltadas principalmente para a remoção de gases do efeito estufa (GEE) da atmosfera, como dióxido de carbono (CO2) e metano (CH4), e a diminuição dos efeitos da radiação solar sobre o planeta.
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Agora, a Comissão Europeia está debatendo a utilização dessas técnicas como estratégia para reduzir a temperatura global do planeta (que atingirá marco histórico em 2024), de acordo com a Euronews.
Vicky Pollard, do departamento de ações climáticas da Comissão Europeia, disse que o corpo político está seguindo a orientação do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC), da ONU, que sinaliza ações para neutralizar o aquecimento global em seus relatórios.
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Entendendo a geoengenharia
As técnicas para a redução do CO2 podem incluir ações como o manejo dos solos, fazendo com que plantas absorvam o gás em maior quantidade durante a fotossíntese; a fertilização dos oceanos com nutrientes específicos, como ferro, para estimular o crescimento de fitoplâncton (que absorve o gás carbônico); e a captura do CO2 direto da atmosfera — nesse caso, para armazená-lo em espaços subterrâneos.
Já a radiação solar seria mitigada com técnicas que refletem parte da luz de volta para o espaço; isso pode ser feito, por exemplo, com a injeção de sulfatos (compostos iônicos) na atmosfera, ou de gotículas de água salgada nas nuvens, para torná-las mais reflexivas.
Riscos
Essas técnicas, no entanto, apresentam riscos específicos, por alterarem de forma antinatural o ambiente. Efeitos adversos variam entre modificações nocivas do bioma, a desestabilização de ecossistemas marinhos ou o "vazamento de CO2" (no caso em que é retirado da atmosfera para ser armazenado abaixo do solo).
Sabendo desses riscos, a União Europa já havia dito em um comunicado de 2023 que não consideraria técnicas de geoengenharia sem ter antes um "conhecimento científico claro" sobre os seus efeitos — principalmente os adversos. De acordo com o documento, essas tecnologias "trazem novos riscos às pessoas e aos ecossistemas", "aumentam desníveis de poder entre as nações" e ainda levantam questionamentos éticos e legais.
Sobretudo, a geoengenharia não é capaz de reverter a mudança climática em curso, nem de substituir as ações coletivas de prevenção e preservação ambiental.