Conhecidos pelo luxo daqueles que os ostentam, mas também pela alta taxa de emissão de poluentes que liberam na atmosfera, jatos e iates poderiam ajudar pessoas em situações de crise climática. Estranho? É o que afirma um grupo de ativistas da Oxfam International, que propõe, por meio de um estudo, que o Reino Unido poderia ter arrecadado até £ 2 bilhões (R$ 14,4 bilhões) através da taxação de bens de luxo.
De acordo com o estudo realizado pela Oxfam e pesquisadores dos EUA, a frota de jatos particulares no Reino Unido aumentou no ano passado, tornando-se o segundo maior país em número de voos desse tipo na Europa, segundo dados da European Business Aviation Association. O país também abriga atualmente uma frota de 450 superiates, que contribuem para uma imensa pegada de carbono criada pelos ultra-ricos, muito além da média dos cidadãos comuns.
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Segundo a mesma pesquisa, 12 bilionários são responsáveis por quase 17 milhões de toneladas de CO2 e emissões equivalentes de gases de efeito estufa anualmente, o que equivale às emissões geradas pelo fornecimento de energia para 2,1 milhões de residências ou por 4,6 usinas elétricas a carvão ao longo de um ano.
Taxação a favor do mais pobres e do meio ambiente
De acordo com o mesmo levantamento, passageiros de jatos particulares poluem até 14 vezes mais do que passageiros de aviões comerciais e até 50 vezes mais do que passageiros de trens. Corroborando esses índices, um relatório divulgado no ano passado pelo The Guardian revelou que o 1% mais rico da população é responsável por mais emissões de carbono do que os 66% mais pobres.
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Diante de tal cenário, a Oxfam tem pressionado a primeira-ministra do Reino Unido, Rachel Reeves, para que aumente os impostos sobre superiates. Para isso, a organização propõe que comece através da taxa sobre jatos particulares e superiates. A ideia é que, com a arrecadação dos impostos sobre transportes de luxo, se possa fomentar um sistema mais justo no enfrentamento da crise climática, evitando que os efeitos do colapso climático recaiam sobre os mais pobres e populações racializadas.
“Mais passos para tributar melhor a riqueza extrema são necessários para acelerar a ação climática e combater a desigualdade. Aumentar impostos sobre luxos altamente poluentes, como jatos particulares e superiates, é um lugar óbvio para o governo começar. Esses são os tipos de soluções de senso comum que urgentemente permitem reduzir as emissões de forma rápida e justa e aumentar o financiamento climático crucial, fazendo com que os maiores e mais ricos poluidores paguem”, declarou Natalie Shortall, consultora de política de justiça climática da Oxfam UK.