CRISE CLIMÁTICA

COP30: Governador anuncia sorvete para a conferência do clima em 2025

Apesar da euforia festiva, ativistas do clima têm uma lista de recomendações para que o evento tenha resultados concretos

Créditos: Divulgação Governo do Pará - Governador do Pará, Hélder Barbalho, anuncia o sorvete criado para a COP30 que será realizada no Brasil em 2030.
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Na véspera do início da COP29 em Baku, no Azerbaijão, o governador do Pará, Helder Barbalho (MDB), anunciou neste domingo (10) o lançamento de um novo sabor de sorvete criado em homenagem à COP30, que será realizada na capital paraense em 2025.

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Desenvolvido pela tradicional sorveteria Cairu, de Belém, o “sorvete COP30” combina ingredientes amazônicos com um toque internacional: pistache, castanha-do-Pará e doce de cupuaçu.

Em vídeo divulgado nas redes sociais, Helder Barbalho elogiou a iniciativa da sorveteria, destacando o simbolismo do sabor para o evento climático:

“É o sorvete COP30. A Cairu teve a sacada de unir o pistache, representando a castanha europeia, com a nossa castanha-do-Pará e o doce de cupuaçu”.

A COP30, que ocorrerá em Belém entre 10 e 21 de novembro de 2025, será a primeira cúpula do clima realizada na região amazônica e marcará os 10 anos do Acordo de Paris, o principal pacto climático global da ONU.

O que esperar da COP30

A COP30 representa um marco para o Brasil e para a Amazônia e carrega expectativas de reforço nas políticas de preservação ambiental e desenvolvimento sustentável na região.

Essa será a primeira vez que a cúpula climática das Nações Unidas acontecerá em uma área tão diretamente impactada pelas questões de desmatamento e mudanças climáticas, o que aumenta a relevância do evento.

O governador do Pará, Helder Barbalho, vê a COP30 como uma oportunidade de colocar a Amazônia no centro das discussões globais sobre o clima.

Barbalho tem destacado a importância de mostrar ao mundo os esforços regionais e nacionais para a preservação da floresta, além de atrair investimentos e projetos sustentáveis para a região.

Ele ressalta que o evento ajudará a impulsionar a imagem do Brasil como protagonista na agenda climática e como defensor da Amazônia, ao mesmo tempo em que possibilita uma troca de experiências e tecnologias com outros países.

Já o presidente Lula tem sinalizado que a COP30 será uma plataforma para o Brasil retomar e consolidar sua posição de liderança climática no cenário internacional.

Em seus discursos, o presidente brasileiro tem enfatizado a necessidade de um desenvolvimento econômico que respeite os limites ambientais, destacando o compromisso do governo em combater o desmatamento e reduzir as emissões de gases de efeito estufa.

Lula também espera que a cúpula seja uma oportunidade para cobrar compromissos mais ambiciosos dos países ricos no financiamento de ações climáticas em nações em desenvolvimento, sobretudo na Amazônia, que desempenha um papel crucial no equilíbrio climático global.

Com a COP30, espera-se que o Brasil reforce sua imagem internacional como defensor das questões ambientais e avance em pautas concretas, como o estabelecimento de parcerias internacionais para a conservação da Amazônia, a busca por novas fontes de financiamento para projetos verdes e o incentivo a iniciativas de economia sustentável na região amazônica.

Alertas dos ativistas do clima

Os movimentos pelo clima levantam diversas críticas em relação às COPs da ONU, inclusive à COP30, que será realizada em Belém do Pará em 2025.

Muitas organizações temem que a COP30 seja mais um palco de discursos e promessas sem compromissos reais. Ativistas apontam que, em edições anteriores, os países mais poluidores e desenvolvidos fizeram promessas que não foram cumpridas, e temem que isso se repita em Belém.

Há uma pressão para que o Brasil e outros países amazônicos apresentem planos concretos de combate ao desmatamento e promovam uma economia sustentável, sem depender exclusivamente de declarações de intenção.

Críticos temem que a COP30 limite o acesso e a voz de comunidades locais, povos indígenas e movimentos sociais, que são diretamente afetados pelo desmatamento e pela exploração dos recursos naturais na Amazônia.

Muitos grupos já manifestaram a importância de serem incluídos nas discussões, de modo a garantir que as decisões reflitam suas necessidades e conhecimentos locais.

Outro ponto de preocupação é o possível uso do evento para promover o "greenwashing" — a prática de aparentar compromisso ambiental enquanto políticas e práticas reais pouco avançam. Movimentos pelo clima alertam que empresas e governos podem usar a COP30 para projetar uma imagem de responsabilidade ambiental, sem realizar mudanças estruturais para reduzir emissões ou preservar a Amazônia.

Há críticas à falta de ações concretas e financiamento adequado para o combate ao desmatamento e à proteção da Amazônia, enquanto as grandes potências econômicas, que historicamente contribuíram mais para o aquecimento global, têm relutado em cumprir com o compromisso de financiamento de US$ 100 bilhões anuais para ações climáticas nos países em desenvolvimento.

Os movimentos esperam que a COP30 pressione por compromissos mais fortes, especialmente dos países ricos, em apoiar financeiramente a preservação do bioma amazônico.

A presença de empresas e representantes do agronegócio na COP30 é um ponto de crítica, já que muitos ativistas argumentam que o setor é um dos responsáveis pelo avanço do desmatamento na Amazônia.

Eles pedem que a COP30 não seja uma plataforma para legitimar práticas econômicas que contribuem para a degradação ambiental, e que incentive uma verdadeira transição para práticas sustentáveis.

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