Moradores de bairros afetados pelo afundamento causado pela mineradora Braskem em Maceió, capital de Alagoas, foram até a Holanda participar do julgamento da empresa, que iniciou nesta quinta-feira (15) no Tribunal de Roterdã.
Oito vítimas viajaram para participar da audiência presencial. Elas fazem parte de um grupo de famílias que não aceitou os valores de indenização propostos pela Braskem. O processo analisado na Holanda é de 2018, quando cerca de 55 mil famílias foram atingidas pelo afundamento do solo na capital alagoana.
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O caso foi movido no país estrangeiro porque a empresa administra as subsidiárias a partir de Roterdã. As vítimas estão sendo representadas pelos escritórios Pogust Goodhead e Lemstra Van der Korst e pedem indenização por danos morais e materiais. Em 2022, o tribunal de Roterdã afirmou que tinha jurisdição para ouvir o pedido de indenização contra a Braskem.
A audiência desta quinta-feira teve como objetivo ouvir ambas as partes para que futuras audiências possam ser marcadas. “Vamos defender que as entidades holandesas da Braskem são poluidoras indiretas, por terem beneficiado, financiado e apoiado as atividades de mineração que destruíram a vida de milhares de pessoas”, afirmou o CEO do escritório Pogust Goodhead, Tom Goodhead.
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Relatório de informações
O defensor público de Alagoas, Ricardo Melro, também participa da audiência e afirmou, em um vídeo nas redes sociais, que preparou um relatório com informações sobre o caso e que tem esperança de levar a justiça para as vítimas que "precisam de indenizações justas". O defensor ainda defendeu que a Braskem merece uma uma "punição adequada".
Antes da sessão, as oito vítimas fizeram um protesto em frente ao tribunal, com cartazes dizendo “Braskem sanks our dreams” (Braskem afunda nossos sonhos) e reivindicando a condenação da empresa.