A campanha Revida Mariana, que busca dar visibilidade à luta e à realidade de mais de um milhão de pessoas atingidas pelo crime ambiental de Mariana (MG), proporcionado pela Samarco, mineradora controlada pela Vale e BHP Billiton, chegou à Colômbia na noite da última quarta-feira (20). Encabeçada pelo Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) e assinada por mais de 100 instituições nacionais e internacionais, a campanha foi lançada no I Encontro Internacional de Energias Comunitárias, em Bogotá.
Também participaram do encontro os moradores que foram expulsos de Bento Rodrigues pela lama da Samarco e representantes do povo indígena Krenak, que não pode mais utilizar o Rio Doce que alimentava suas comunidades.
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“Num mundo dividido em castas sociais, às vezes, a palavra justiça não existe da forma como deveria ser. Nosso povo pede justiça”, disse o cacique Maycon Krenak.
Mônica dos Santos, moradora de Bento Rodrigues - o primeiro distrito de Mariana devastado pelos rejeitos da Samarco fez um forte desabafo diante dos colombianos.
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“Esse crime vem se renovando a cada dia. As pessoas estão adoecidas, depressivas e cometendo suicídio. São oito anos fora de casa, lutando por uma justiça que não chegou ainda. Ninguém da Samarco, da Vale ou da BHP foi preso. As pessoas presas somos nós“, lamentou.
Organizado pelo Censat Água Viva, pela Oficina de Gestión Ambiental de la Universidad Nacional de Colombia, pelas Comunidades Setaa – Movimiento Ríos Vivos, o Movimiento de Afectados por Represas - MAR, e o Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), o encontro aconteceu entre os dias 18 e 20 de setembro, na Universidade Nacional da Colômbia. Mais de 400 pessoas de 15 países do continente americano estiveram presentes. Na ocasião, os atingidos de Minas Gerais tiveram a oportunidade de conhecer seus pares da Colômbia e de outras nações.