Enquanto Kamala Harris acumula apoio de Madonna, Lady Gaga e Beyoncé, Trump acumula apoio de... Jair Bolsonaro. Isso mesmo: nesta segunda-feira (4), o ex-presidente do Brasil enviou uma mensagem bizarra para o candidato republicano à presidência dos EUA.
Em sua mensagem a Trump, Bolsonaro afirma que o republicano "é o maior líder conservador dos tempos modernos".
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"Em cena o maior líder conservador dos tempos modernos: Donald Trump. Como era o mundo sob sua administração? Os Estados Unidos projetavam poder. Não tivemos novas guerras. Havia paz em todo o mundo", inicia Bolsonaro.
Em seguida, Bolsonaro responsabiliza Biden e Kamala pelas guerras: "Hoje vemos guerras, o terrorismo retornando e a censura restringindo a todos nós. O retorno de Trump é a certeza de um mundo melhor. Sem guerras, sem terrorismo e um retorno à liberdade em sua forma mais pura."
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Ao término da mensagem, Bolsonaro afirma que fala "em nome de todos os brasileiros": "Falando em nome de todos os brasileiros que amam a Deus, o estado de Israel, respeitam a família tradicional, a propriedade privada, o livre mercado e a liberdade de expressão — nossos sinceros melhores votos. Jair Bolsonaro, ex-presidente [da República Federativa do Brasil], inelegível para exercer o cargo sem ter cometido um único crime. Estamos unidos!”
Confira abaixo a mensagem bizarra de Jair Bolsonaro a Trump:
Kamala recebe apoio de Madonna
Nesta terça-feira (5), os EUA vão às urnas para escolher o próximo presidente da República, que será a democrata Kamala Harris ou o republicano Donald Trump, que almeja um novo mandato para ocupar o Salão Oval da Casa Branca.
Na reta final da campanha, Kamala Harris tem recebido declarações de apoio de uma série de celebridades, entre elas a cantora Beyoncé, que, no começo da disputa, já havia liberado os direitos autorais de sua música "Freedom" para a candidata democrata. Além disso, a artista também discursou durante um comício no Texas.
A menos de 24 horas para o início da votação, Kamala Harris recebeu uma declaração de voto da cantora Madonna, que pode ser decisiva para a vitória da democrata, visto que a artista dialoga com várias gerações.
Por meio de suas redes sociais, Madonna escreveu: "Votar ainda é relevante! Faça a coisa certa, se você se importa com os direitos humanos básicos, vote Kamala Harris."
Os dois grupos que devem decidir o resultado das eleições dos EUA
Nos últimos dias, foram registrados mais de 29 milhões de votos antecipados, colhidos em 47 estados — além do Distrito de Columbia —, para as eleições dos Estados Unidos, que ocorrem amanhã (5/10).
Os dados obtidos pela Edison Research e Catalist mostraram que, até o momento da análise, os republicanos (que votam em Trump) haviam emitido 32% dos votos antecipados, enquanto os democratas correspondiam a 42%.
É importante notar, no entanto, que os números representados pelos votos antecipados não são uma amostra inteiramente confiável do total, porque só mostram os votos daquela parcela da população interessada em votar antes desta terça — quando a eleição deve ser, de fato, decidida.
No Michigan, um dos estados decisivos para a eleição (que concentra 15 dos 538 delegados do Colégio Eleitoral norte-americano), Kamala Harris já contava com a maioria das intenções de voto: são 48% para a democrata contra 46% do republicano.
Em Winsconsin, as estatísticas também indicam um empate técnico: são 48% de votos para Harris e 47% para Trump.
Uma pesquisa divulgada em Iowa e noticiada pela CNN mostrou o que deve ser de extrema importância para a decisão dos resultados desta eleição — o fator que pode impulsionar Harris e dar a ela a vitória em 2024 está no voto de dois grupos eleitorais específicos, separados por recortes de gênero e raça.
Voto feminino
Em Iowa, a vantagem de Kamala Harris se concentrou no voto feminino, que foi majoritário para a candidata. Essa "lacuna" também foi vista em outros estados, de acordo com Sara Sadhwani, professora assistente de política no Pomona College ouvida pela CNN.
Esse recorte ainda contou com um outro critério: o nível de escolaridade. Pessoas do gênero feminino com diplomas universitários tendem a apoiar a candidata à presidência, diz Sadhwani, e homens e mulheres com menores níveis de educação estão mais inclinados a votar em Trump.
Um outro recorte interessante, embora menos confiável, é o da idade: há uma tendência escolhida por pessoas mais jovens, especialmente os muito jovens, em favor de Donald Trump. Mas eles nem sempre comparecem à votação, o que torna essa demografia menos estimável.
Voto de grupos racializados
Além das mulheres de alta escolaridade, dois outros grupos do eleitorado podem ser decisivos para o resultado deste ano: trata-se da comunidade de imigrantes (e pessoas nascidas nos EUA em famílias de imigrantes), e do eleitorado composto por pessoas de cor.
Na Pensilvânia, por exemplo, cerca de cem mil eleitores são indianos-americanos, e esses se somam a uma extensa comunidade de porto-riquenhos americanos inclinados a apoiar Harris — principalmente após a piada racista feita por Tony Hinchcliffe durante um comício recente do ex-presidente, em que o comediante chamou Porto Rico de "ilha flutuante de lixo".
No entanto, os eleitores hispânicos apresentam uma tendência contrária à avistada entre os demais grupos de imigrantes: eles tendem a favorecer Trump como candidato (são 49% contra 38% em favor de Harris). Foi o que mostrou uma pesquisa do USA Today.
Entre o eleitorado negro, a diferença é, por outro lado, muito maior, e pesa para o lado de Kamala Harris: a candidata tem 72% das intenções de voto desse eleitorado, contra apenas 17% do ex-presidente.
Em 2020, vale lembrar, Biden teve 90% do voto negro.