A China manifestou profunda preocupação com os ataques militares de Israel contra o Irã, alertando para o risco de uma escalada que arraste toda a região a um conflito de grandes proporções. Em resposta à crise, Pequim intensificou sua atuação diplomática, apelando por medidas imediatas para conter as hostilidades e criar condições para a retomada do diálogo e das negociações políticas.
Conversas com Irã e Israel
No sábado (14), o ministro das Relações Exteriores da China e membro do Bureau Político do Partido Comunista Chinês (PCCh), Wang Yi, manteve conversas telefônicas com seus homólogos do Irã, Seyed Abbas Araghchi, e de Israel, Gideon Sa’ar.
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Ao diplomata iraniano, Wang Yi reiterou a condenação pública da China aos ataques israelenses, classificando-os como “violações claras da soberania, segurança e integridade territorial do Irã”.
Para ele, os bombardeios — especialmente contra instalações nucleares — estabelecem um precedente perigoso, com potenciais consequências catastróficas. Wang expressou apoio à defesa dos direitos legítimos do Irã e pediu que países com influência sobre Israel atuem pela restauração da paz.
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Leia aqui a nota oficial sobre o telefonema de Wang Yi para Seyed Abbas Araghchi (em inglês)
Em sua conversa com o chanceler israelense, Wang Yi reafirmou que a China defende a resolução pacífica de conflitos internacionais e se opõe tanto ao uso da força quanto à imposição de sanções.
Destacou ainda que os ataques são especialmente inaceitáveis em um momento em que a comunidade internacional ainda busca uma solução política para o impasse nuclear iraniano. Segundo Wang, o Oriente Médio não pode viver “sob constante sombra de guerra” e é urgente impedir que a crise se aprofunde.
Leia aqui a nota oficial sobre o telefonema de Wang Yi para Gideon Sa’ar (em inglês)
China como mediadora global
Em coletiva de imprensa do Ministério das Relações Exteriores chinês nesta segunda-feira (16), em Pequim, o porta-voz Guo Jiakun reforçou o teor das conversas e destacou o compromisso da China com a estabilidade regional.
Segundo ele, o país continuará atuando de forma construtiva para reduzir tensões, manter a comunicação com todas as partes envolvidas e promover um ambiente favorável à retomada das negociações nucleares.
“A China defende uma solução pacífica para a questão nuclear iraniana por meios políticos e diplomáticos. Estamos dispostos a manter diálogo e coordenação com os atores relevantes, com o objetivo de criar um cenário propício à solução do impasse”, afirmou Guo.
Proteção a cidadãos chineses
Durante conversa por telefone com os chanceleres iraniano e israelense, Wang Yi também ressaltou a importância de garantir a segurança de instituições e cidadãos chineses na região. Tanto Araghchi quanto Sa’ar asseguraram que seus países vão adotar medidas para proteger os interesses chineses.
A atuação de Pequim reforça seu posicionamento como potência diplomática em ascensão, com forte aposta no multilateralismo e na defesa da soberania nacional como princípio inegociável. Em paralelo, a preocupação com a segurança de seus cidadãos sinaliza a crescente presença da China no Oriente Médio, especialmente em projetos de infraestrutura, energia e tecnologia.