Em uma ligação telefônica nesta sexta-feira (24), o secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio, e o ministro das Relações Exteriores da China, Wang Yi, discutiram a direção das relações bilaterais entre os dois países e a questão sensível de Taiwan.
A conversa, divulgada pelo Ministério das Relações Exteriores da China, marcou o primeiro contato público entre os altos representantes desde a posse do segundo mandato do presidente Donald Trump.
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Wang destacou que os presidentes Xi Jinping e Trump, em uma ligação anterior, definiram a direção e o tom para as relações sino-americanas, afirmando que ambos os lados devem implementar os consensos alcançados com base nos princípios de respeito mútuo, coexistência pacífica e cooperação vantajosa.
O principal diplomata chinês enfatizou a importância de comunicação contínua, controle de diferenças e ampliação da cooperação para promover um desenvolvimento estável e saudável das relações bilaterais.
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Rubio, conhecido por sua postura crítica em relação à China, afirmou que os EUA não apoiam a independência de Taiwan e esperam uma solução pacífica para a questão, aceita por ambas as partes do Estreito de Taiwan. Ele descreveu as relações sino-estadunidenses como a mais importante parceria bilateral do século 21, crucial para determinar o futuro global.
Taiwan e cooperação Global
Wang reiterou que Taiwan é parte do território chinês desde tempos antigos e que a China jamais permitirá sua separação. Ele também lembrou que os Estados Unidos se comprometeram, nos três comunicados conjuntos sino-estadunidenses, a seguir a política de uma só China, e enfatizou que este compromisso não deve ser quebrado.
Além disso, Wang afirmou que a liderança do Partido Comunista da China (PCCh) é uma escolha do povo chinês e que o desenvolvimento da China visa melhorar a vida de sua população e contribuir para o progresso global. Ele ressaltou que a China não tem intenção de superar ou substituir outras nações, mas defende seu direito legítimo ao desenvolvimento.
Contexto de tensão
A conversa ocorre em um momento de tensão crescente entre os dois países. Na semana anterior, Rubio, durante sua audiência de confirmação no Senado, classificou a China como a maior ameaça aos Estados Unidos. Além disso, Trump recentemente anunciou a possibilidade de impor tarifas de 10% sobre importações chinesas, citando o papel de Pequim no comércio de fentanil.
Ainda assim, Trump demonstrou otimismo ao afirmar, durante o Fórum Econômico Mundial, que espera um bom relacionamento com a China, embora sua equipe adote abordagens mais duras. Na primeira gestão de Trump, apesar da proximidade inicial com Xi Jinping, os dois países enfrentaram uma guerra comercial que impactou as cadeias globais de suprimentos.
Perspectivas
Ao final da ligação, Wang destacou que grandes potências devem assumir responsabilidades internacionais, manter a paz mundial e ajudar outras nações a alcançarem o desenvolvimento comum. Ele expressou esperança de que Rubio desempenhe um papel construtivo no futuro das relações sino-americanas, promovendo a estabilidade global e o progresso mútuo.
Esse diálogo reflete o delicado equilíbrio entre cooperação e competição que define a relação entre as duas maiores economias do mundo.