O novo presidente dos EUA, Donald Trump, expressou a intenção de visitar a China nos primeiros 100 dias de seu mandato para fortalecer as relações com o presidente Xi Jinping.
A informação é do Wall Street Journal do último sábado (18) e ocorre em meio a tensões comerciais decorrentes das propostas de Trump de impor tarifas mais altas sobre importações chinesas.
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Durante uma conversa telefônica recente, Trump e Xi discutiram temas como comércio, fentanil e o aplicativo TikTok e concordaram em estabelecer um canal estratégico de comunicação.
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Embora discussões sobre um possível encontro presencial estejam em andamento, nenhuma decisão final foi tomada até o momento.
Reação de Pequim
Durante a coletiva regular de imprensa do Ministério das Relações Exteriores da China nesta segunda-feira (20), a porta-voz Mao Ning comentou sobre a notícia do interesse de Trump visitar a China.
Mao ressaltou que a China está pronta para trabalhar com a nova administração dos Estados Unidos, sob a orientação estratégica dos presidentes dos dois países e com base nos princípios de respeito mútuo, coexistência pacífica e cooperação vantajosa para ambos.
“Nosso objetivo é manter a comunicação, intensificar a cooperação, gerenciar e controlar adequadamente as diferenças e alcançar maiores avanços nas relações entre China e EUA a partir de um novo ponto de partida”, afirmou.
China e EUA na nova Era Trump
O segundo mandato de Trump promete um cenário complexo para as relações sino-estadunidenses, marcado por políticas comerciais agressivas, disputas tecnológicas e desafios diplomáticos.
A evolução dessa dinâmica dependerá da capacidade de ambos os países em gerenciar divergências e buscar áreas de cooperação mútua.
Durante seu primeiro mandato, Trump adotou uma postura confrontativa em relação à China, implementando tarifas comerciais e restringindo a atuação de empresas chinesas nos EUA. Para este novo período, as expectativas indicam uma possível intensificação dessas políticas.
Política comercial e tarifas
As previsões são de que Trump poderá impor novas tarifas sobre produtos chineses, buscando pressionar Pequim em questões comerciais e de propriedade intelectual.
Essa abordagem visa incentivar a produção doméstica e reduzir a dependência de importações chinesas. No entanto, tais medidas podem exacerbar tensões e desencadear retaliações por parte da China, afetando o comércio global.
Tecnologia e segurança nacional
A administração Trump deve continuar impondo restrições a empresas tecnológicas chinesas, como a Huawei e o TikTok, sob alegações de ameaças à segurança nacional.
Essas ações podem incluir bloqueios de operações nos EUA e limitações no acesso a tecnologias estadunidenses, aprofundando a rivalidade tecnológica entre as duas nações.
Energia e geopolítica
O segundo mandato de Trump pode inaugurar uma "guerra fria energética", com políticas focadas na expansão da produção de combustíveis fósseis e possíveis sanções a países como a China. Essas medidas podem impactar os mercados globais de energia e intensificar disputas geopolíticas.
Diplomacia e cooperação
Apesar das tensões, há sinais de disposição para o diálogo. O presidente Xi parabenizou Trump por sua reeleição, expressando esperança de que ambos os países encontrem maneiras de "se darem bem". No entanto, a presença de figuras sancionadas pela China em posições-chave da Casa Branca pode complicar as relações diplomáticas.
Primeiro mandato de Trump e a China
A relação entre os Estados Unidos e a China durante a primeira administração de Trump (2017-2021) foi marcada por tensões significativas e medidas políticas que impactaram profundamente as interações bilaterais.
Ao assumir a presidência, Trump adotou uma postura mais confrontativa em relação à China, divergindo das abordagens de administrações anteriores que buscavam maior engajamento econômico e diplomático.
Guerra comercial e tarifas
Em 2018, Trump iniciou uma guerra comercial com a China, implementando tarifas sobre uma ampla gama de produtos chineses, visando reduzir o déficit comercial dos EUA e combater práticas comerciais que considerava desleais.
A China respondeu com tarifas retaliatórias, resultando em uma escalada que afetou mercados globais e setores econômicos de ambos os países.
Tecnologia e Segurança Nacional
A administração Trump impôs restrições a empresas tecnológicas chinesas, como a Huawei e a ZTE, citando preocupações de segurança nacional. Essas medidas incluíram a proibição de vendas de componentes críticos e a pressão sobre aliados para evitarem tecnologias chinesas em suas infraestruturas de telecomunicações.
Questões de Direitos Humanos
O governo dos EUA sancionou autoridades chinesas em resposta a alegadas violações de direitos humanos em Xinjiang e à suposta repressão em Hong Kong. Essas ações ampliaram as divergências entre os dois países, adicionando uma dimensão de direitos humanos às disputas comerciais e tecnológicas.
Política de Uma Só China e Taiwan
A administração Trump fortaleceu os laços com Taiwan, incluindo vendas de armas e visitas oficiais de alto nível, desafiando a política de "Uma Só China" defendida por Pequim. Essas ações aumentaram as tensões militares no Estreito de Taiwan e complicaram ainda mais as relações bilaterais.
Pandemia de Covid-19
A eclosão da pandemia intensificou as tensões, com trocas de acusações sobre a origem e a gestão do vírus. A retórica agressiva de ambos os lados contribuiu para um ambiente de desconfiança mútua durante a crise global de saúde.
Perspectivas futuras
Com o retorno de Trump à presidência, há preocupações sobre uma possível intensificação das tensões entre os EUA e a China.
Analistas sugerem que a postura assertiva de Trump pode levar a novas disputas comerciais, tecnológicas e geopolíticas, especialmente considerando as propostas de tarifas adicionais sobre importações chinesas e o apoio a Taiwan.
A dinâmica entre as duas maiores economias do mundo continua sendo um fator crítico para a estabilidade global, exigindo negociações cuidadosas e gestão estratégica das diferenças.