CHINA EM FOCO

China celebra cessar-fogo em Gaza e reforça apoio à paz no Oriente Médio

Enquanto Pequim promove desescalada, governo israelense enfrenta crise interna, interdita avanço do acordo com Hamas e intensifica ataques

China celebra cessar-fogo em Gaza e reforça apoio à paz no Oriente Médio.Enquanto Pequim promove desescalada, governo israelense enfrenta crise interna, interdita avanço do acordo com Hamas e intensifica ataques.Créditos: Reprodução Instagram (@anadoluimages)
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A China comemorou o avanço de um acordo de cessar-fogo em Gaza entre Israel e Hamas. Desde o início do conflito, em outubro de 2023, Pequim tem se posicionado consistentemente a favor dessa medida.

Durante uma coletiva de imprensa regular do Ministério das Relações Exteriores nesta quinta-feira (16), em Pequim, o porta-voz Guo Jiakun reiterou o compromisso do país com a desescalada na região.

“Desde o início da atual rodada de conflitos em Gaza, a China tem defendido um cessar-fogo imediato e trabalhado ativamente para a desescalada, proteção de civis e assistência humanitária”, afirmou Guo.

O porta-voz também destacou que a China apoia a implementação do acordo e continuará a fornecer assistência humanitária a Gaza, além de investir esforços na reconstrução pós-guerra.

“Esperamos sinceramente que as partes envolvidas aproveitem o cessar-fogo como uma oportunidade para reduzir ainda mais as tensões na região. A China trabalhará com a comunidade internacional para fazer esforços contínuos em prol da paz e estabilidade no Oriente Médio”, concluiu.

Posicionamento da China

Pequim mantém uma postura ativa e consistente em relação ao conflito entre Israel e Hamas, enfatizando a necessidade de cessar-fogo, proteção de civis e promoção de uma solução de dois Estados.

Logo após o início da atual rodada de conflitos, em 8 de outubro de 2023, a diplomacia chinesa expressou preocupação com a escalada de tensões entre Palestina e Israel, apelando por moderação e pelo fim das hostilidades.

Em encontros prévios, como na visita do presidente palestino Mahmoud Abbas a Pequim em junho de 2023, o presidente Xi Jinping reafirmou o apoio à Palestina como membro pleno da ONU e defendeu a solução de dois Estados como o caminho mais viável para a paz.

Em julho de 2024, a China mediou um acordo histórico entre Hamas e Fatah, conhecido como "Declaração de Pequim", que visa unificar esforços para a reconstrução de Gaza e fortalecer o governo palestino.

LEIA TAMBÉM: China faz mediação de acordo histórico para reconciliação nacional da Palestina

Para enfrentar a atual crise, a China propôs um plano em três etapas: implementar um cessar-fogo abrangente, garantir acesso humanitário e retomar negociações de paz para consolidar a solução de dois Estados.

Israel adia votação sobre cessar-fogo

Enquanto a China celebra avanços diplomáticos, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, adiou a votação do acordo de cessar-fogo que seria realizada pelo Gabinete de Segurança nesta quinta-feira (16). A decisão ocorreu após a intensificação dos bombardeios israelenses, que mataram 71 pessoas na noite anterior, segundo autoridades locais.

Netanyahu justificou o adiamento alegando que o Hamas tenta "extorquir concessões de última hora" sobre a escolha de prisioneiros palestinos a serem libertados. O Hamas não confirmou a exigência.

Crise interna no governo israelense

O impasse também reflete divisões na coalizão governista. O partido de extrema direita Sionismo Religioso ameaça deixar o governo caso o acordo seja aprovado. Bezalel Smotrich, líder do partido, declarou que a continuidade da coalizão depende de uma "certeza total" sobre a destruição do Hamas e a libertação dos reféns.

Apesar das tensões, analistas avaliam que Netanyahu tem maioria suficiente no gabinete para aprovar o acordo sem os partidos de extrema direita, embora isso aumente sua dependência de membros mais moderados do parlamento.

Escalada de violência e impacto humanitário

Enquanto o debate político persiste, os ataques israelenses em Gaza se intensificaram. Em 24 horas, 82 palestinos foram mortos, incluindo 19 crianças e 24 mulheres, conforme fontes médicas.

Desde o início do conflito, em outubro de 2023, mais de 46.700 pessoas morreram, das quais 60% são mulheres e crianças. A devastação em Gaza inclui a destruição de infraestruturas básicas e o deslocamento de 90% da população. Estima-se que o número total de vítimas, considerando soterramentos, desnutrição e doenças, possa superar 200 mil.

Com informações do Opera Mundi

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