GENOCÍDIO NA PALESTINA

China: Palestina tem direito de usar luta armada para resistir à opressão colonialista de Israel

Declaração do embaixador chinês Zhang Jun se alinha à postura do Brasil no Tribunal Penal Internacional, em Haia, que acusa Israel de anexação de terra palestina em meio ao genocídio em Gaza.

Embaixador da China nas Nações Unidas, Zhang Jun, diz que Palestina tem direito à luta armada contra Israel.Créditos: Reprodução / AlJazeera
Escrito en GLOBAL el

Na mesma semana em que o presidente Lula elevou o tom contra Israel, o embaixador da China nas Nações Unidas, Zhang Jun, afirmou diante do Tribunal Penal Internacional, em Haia, que a Palestina tem direito de usar a "luta armada" para resistir à opressão colonialista do governo sionista de Israel.

LEIA TAMBÉM
Brasil acusa Israel de "anexação" de terra alheia na Corte Internacional de Justiça

“Na busca do direito à autodeterminação, o uso da força pelo povo palestino para resistir à opressão estrangeira e concretizar o estabelecimento de um Estado independente é inalienável e bem fundamentado no direito internacional”, afirmou Jun nesta quinta-feira (22).

Citando resoluções da Assembleia Geral da ONU, o representante chinês criticou "o colonialismo, a ocupação, a agressão, a dominação" desencadeada por Israel nos territórios palestinos.

“A luta travada pelos povos pela sua libertação, pelo direito à autodeterminação, incluindo a luta armada contra o colonialismo, a ocupação, a agressão, a dominação contra forças estrangeiras, não deve ser considerada acto terrorista”, emendou o embaixador chinês, que condenou, no entanto, atos terroristas.

Segundo ele, as práticas e políticas de “opressão de Israel minaram e impediram gravemente o exercício e a plena realização do direito do povo palestino à autodeterminação”.

Brasil

Na terça-feira (20), o Brasil usou o tribunal da Corte para fazer uma dura condenação da ocupação dos territórios palestinos por Israel e acusou o estado sionista de "anexação" de terra alheia.

"O confisco de terras, a destruição de propriedade, os assentamentos, o muro e as tentativas de mudar a composição demográfica equivalem a anexação [dos territórios palestinos]", disse a representante brasileira, Maria Clara de Paula Tusco.

Ela afirmou que mesmo antes dos ataques do Hamas em 7 de outubro, que tiveram uma reação "desproporcional e indiscriminada", o gerenciamento da ocupação por Israel era inatingível, por violar o direito à auto-determinação do povo palestino garantido pela lei internacional.

Lembrou que desde a resolução 242 do Conselho de Segurança da ONU, em 1967, Israel comete violações deste direito ao espalhar assentamentos, anexar Jerusalém Oriental e construir o muro da separação na Cisjordânia.

"Cessar-fogo humanitário imediato”

Ainda na esteira do levante coordenado por Lula, também nesta quinta, o Parlamento britânico aprovou uma proposta para um “cessar-fogo humanitário imediato” em Gaza. 

O debate surgiu poucas horas depois de o Príncipe William ter emitido uma rara declaração expressando a sua “preocupação com o custo humano” e apelando ao fim da guerra.