O Comando do Teatro Oriental do Exército de Libertação Popular da China (PLA, da sigla em inglês) lançou um vídeo musical de Ano Novo que despertou curiosidade e teorias nas redes sociais. Uma cena destacando uma folha de ginkgo e um pássaro levou internautas a associarem a imagem aos rumores de testes dos novos caças de sexta geração da China.
Em 26 de dezembro, vídeos e fotos que alegadamente mostram aeronaves inéditas em voos de teste começaram a circular na internet chinesa. Apelidada de "folha de ginkgo" pela semelhança no design, a maior das aeronaves possui um formato de diamante com características furtivas e tecnologia avançada de controle, sem estabilizadores verticais.
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Enquanto a China permanece oficialmente em silêncio sobre o assunto, especialistas e analistas ocidentais discutem as implicações. Segundo a publicação digital estadunidense focada em temas de defesa, tecnologia militar, aviação e segurança global, The War Zone, as aeronaves seriam desenvolvidas pelas gigantes Chengdu Aircraft Corporation e Shenyang Aircraft Corporation, conhecidas por produzirem caças como o J-20 e o J-35.
O Washington Times e a Reuters reforçam que esses modelos "podem representar os primeiros caças furtivos avançados de sexta geração da China", marcando um avanço significativo na corrida tecnológica militar global. Apesar da atenção internacional, o Pentágono não comentou oficialmente sobre os supostos testes.
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Especialistas chineses apontam que esses avanços consolidam anos de desenvolvimento consistente, permitindo que o país mantenha seu ritmo de modernização militar e aumente sua capacidade de defesa em um cenário global competitivo.
Para muitos, o lançamento do vídeo, aliado às recentes inovações militares chinesas, como o navio de assalto anfíbio Tipo 076, não é mera coincidência, mas um sinal claro de que a China busca redefinir os paradigmas tecnológicos no campo da aviação militar.
Assista ao vídeo
O que são caças de sexta geração
Caças de sexta geração representam a próxima evolução em aeronaves militares de combate, projetadas para superar os caças de quinta geração, como o F-22 Raptor, F-35 Lightning II e o chinês J-20.
Esses caças combinam tecnologias de ponta com capacidades avançadas, oferecendo maior eficiência em cenários de combate futuros. Embora ainda estejam em desenvolvimento por várias nações, como Estados Unidos, China, Rússia e consórcios europeus, eles são amplamente considerados a próxima fronteira na aviação militar.
Características principais dos caças de sexta geração:
Design furtivo avançado
- Sem cauda e com formas projetadas para reduzir ainda mais a detecção por radar.
- Uso de materiais e revestimentos que dificultam a identificação em espectros infravermelho e eletromagnético.
Inteligência artificial (IA) integrada
- Sistemas de IA capazes de auxiliar na tomada de decisões em combate.
- Possibilidade de operar como caças não tripulados ou em modo híbrido, com piloto humano auxiliado por IA.
Integração com drones
- Capacidade de comandar enxames de drones (loyal wingmen) para expandir a vigilância, ataques e operações de defesa.
- Cooperação com plataformas não tripuladas para missões coordenadas.
Sensores avançados e conectividade
- Redes de sensores integrados para compartilhamento de dados em tempo real com outras unidades no campo de batalha.
- Comunicação segura e interoperabilidade com forças terrestres, marítimas e aéreas.
Armas de nova geração
- Preparados para operar armas de energia dirigida, como lasers.
- Compatibilidade com mísseis hipersônicos e outros armamentos de longo alcance.
Supermanobrabilidade e velocidade
- Melhor desempenho aerodinâmico e supercruise (capacidade de voar em velocidade supersônica sem pós-combustão).
- Projetados para manter superioridade em combates aéreos de curto alcance, além de missões de interceptação.
Capacidades de guerra eletrônica
- Sistemas que permitem interferir em radares e comunicações inimigas.
- Proteção aprimorada contra ataques cibernéticos e eletrônicos.
Diferenças em relação aos caças de quinta geração
- Automação maior: Caças de sexta geração podem operar de forma autônoma ou semipilotada.
- Uso de IA: Uma diferença crucial é a integração mais profunda da IA no planejamento e execução de missões.
- Enfoque no combate em rede: Maior conectividade com sistemas de comando e controle em tempo real.
Desenvolvimento global
- Estados Unidos: Projetos como o Next Generation Air Dominance (NGAD) buscam substituir o F-22 e complementar o F-35.
- China: Supostamente em testes, com aeronaves como o "folha de ginkgo" que podem ser precursoras dessa geração.
- Europa: Projetos conjuntos entre França, Alemanha e Espanha (SCAF/FCAS) e entre Reino Unido, Japão e Itália (Tempest).
- Rússia: Propostas para caças de sexta geração estão em estágios conceituais.
Significado estratégico
- Superação tecnológica: Os caças de sexta geração são vistos como uma tentativa de manter ou alcançar superioridade aérea em um cenário global de rápida inovação militar.
- Dissuasão: Essas aeronaves servirão como plataformas de alta capacidade para enfrentar adversários de igual ou maior poder tecnológico.
Embora os caças de sexta geração ainda estejam em desenvolvimento, eles prometem redefinir o conceito de poder aéreo, combinando tecnologia de ponta com novos paradigmas de guerra.