Neste fim de semana, ocorreu a fracassada e infértil conferência de paz para a Ucrânia sediada na Suíça. O evento não contou com a participação da Rússia e teve seu documento final rechaçado por Brasil, China, Arábia Saudita, Egito e México.
Os países do Sul Global possuem o entendimento de que uma conferência de paz não pode ser realizada com apenas um beligerante de um conflito, e que deve haver uma mesa de negociação para a realização de um armistício e, consequentemente, de uma paz perene.
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O secretário-executivo da Organização do Atlântico Norte (OTAN), Jens Stoltenberg, não gostou da postura do bloco e provocou a China pela sua posição, sugerindo medidas contra Pequim por sua não adesão ao fronte ocidental.
"China está alimentando o maior conflito armado na Europa desde a Segunda Guerra Mundial e, ao mesmo tempo, quer manter boas relações com o Ocidente", declarou.
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"Pequim não pode ter ambos. Em algum momento – e a menos que a China mude seu rumo – os aliados devem fazê-la pagar um preço. Deveria haver consequências", completou.
Desde 2022, os países da aliança já enviaram mais de US$ 50 bilhões para a Ucrânia e planejam totalizar mais de US$ 100 bilhões para financiar a guerra no país.
Comprometidos com a paz
A China e o Brasil têm liderado conversas de paz e possuem o apoio do Sul Global para uma mesa de negociação entre Ucrânia e Rússia, o que ambos os países enxergam como a única saída para o conflito.
O porta-voz do Ministério de Relações Exteriores da China, Lin Jian, respondeu de maneira enfática às provocações de Stoltenberg.
"A OTAN é o legado da Guerra Fria e o maior grupo militar do mundo. O mundo já viu o papel que a OTAN desempenhou na crise da Ucrânia. O que a OTAN deveria fazer é refletir sobre si mesma, em vez de difamar e atacar a China. A China não é criadora ou parte da crise da Ucrânia", afirmou o oficial chinês.
"Estamos comprometidos em promover conversações pela paz. A posição objetiva e justa da China e seu papel construtivo são amplamente reconhecidos pela comunidade internacional. Instamos as partes relevantes a pararem de desviar a culpa e semear a discórdia, a pararem de alimentar as chamas e incitar a confrontação de blocos, e a tomarem ações concretas para promover a resolução política da crise", completou.
Vale lembrar que a organização militar ocidental tem expandido seus tentáculos para a Ásia, especialmente com Austrália, Japão e Coreia do Sul.