A China se opõe firmemente ao abuso de medidas de controle de exportação e às restrições discriminatórias impostas a empresas chinesas. A declaração foi feita pelo Ministério do Comércio chinês nesta quinta-feira (28), após a notícia de que o governo dos EUA pode introduzir uma nova série de sanções que afetariam pelo menos 200 fabricantes de chips chineses.
Segundo um e-mail enviado pela Câmara de Comércio dos EUA a seus membros, o governo Biden pode proibir a maioria dos fornecedores estadunidenses de enviar produtos para essas empresas chinesas de semicondutores.
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Essa prática prejudica seriamente a ordem econômica e comercial internacional, desestabiliza a segurança e a estabilidade da cadeia global de suprimentos, danifica os interesses das empresas chinesas e americanas e até mesmo o desenvolvimento da indústria global de semicondutores, disse o Ministério do Comércio da China.
"A China espera que os EUA respeitem as leis da economia de mercado e o princípio da concorrência justa. Caso os EUA insistam em intensificar seu controle, a China tomará as medidas necessárias para salvaguardar firmemente os direitos e interesses legítimos das empresas chinesas", declarou He Yadong, porta-voz do ministério, durante uma coletiva de imprensa em Pequim.
Enquanto isso, foi relatado que o presidente eleito dos EUA, Donald Trump, afirmou que imporia uma tarifa adicional de 10% sobre produtos importados da China já no primeiro dia de seu mandato.
O Ministério do Comércio ressaltou que a oposição da China a medidas tarifárias unilaterais tem sido consistente. Os EUA devem cumprir as regras da Organização Mundial do Comércio (OMC) e trabalhar junto com a China para promover o desenvolvimento estável e sustentável das relações econômicas e comerciais entre os dois países, com base nos princípios de respeito mútuo, convivência pacífica e cooperação em que todos ganham.
Entenda as novas sanções de Biden
De acordo com notícia da Reuters do dia 22 de no novembro, o governo Biden deve anunciar novas restrições de exportação à China já na próxima semana, informou a Câmara de Comércio dos EUA em um e-mail enviado a seus membros.
As novas regulamentações podem adicionar até 200 empresas chinesas de chips à lista de restrições comerciais, o que impedirá a maioria dos fornecedores estadunidenses de enviar bens para essas empresas, conforme afirmou o e-mail do influente grupo de lobby com sede em Washington.
Se confirmado, o movimento demonstra que a administração Biden continua avançando com planos para restringir ainda mais o acesso da China a semicondutores, mesmo com a aproximação do início do segundo mandato do presidente republicano eleito Donald Trump, em janeiro.
Outro conjunto de regras que limitam o envio de chips de memória de alta largura de banda para a China deve ser apresentado no próximo mês como parte de um pacote mais amplo relacionado à inteligência artificial, continuou o e-mail.
Biden já implementou diversas restrições de exportação visando impedir os avanços tecnológicos da China, diante de temores de que essas tecnologias possam ser usadas para fortalecer as capacidades militares chinesas.
O anúncio das novas restrições destinadas a dificultar o acesso da China a tecnologias avançadas de inteligência artificial (IA), informa a Wired, deve ser feito na próxima segunda-feira (2 de dezembro).
As medidas podem incluir sanções a até 200 empresas chinesas, principalmente fabricantes de equipamentos para semicondutores, além de restrições ao uso de memórias de alta largura de banda (HBM), essenciais para treinar modelos de IA de última geração.
As restrições, que ampliam controles impostos por Biden desde 2022, visam desacelerar o desenvolvimento chinês em semicondutores e IA, setores considerados estratégicos pelos EUA.
Apesar das sanções, empresas chinesas como Huawei e SMIC continuam avançando, com novos chips e produtos que desafiam as limitações impostas. Especialistas divergem sobre o impacto das medidas, enquanto a China investe para reduzir sua dependência de tecnologia dos EUA.
Medidas de Trump
O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou no dia 25 de novembro, reportou a Reuters, a intenção de impor tarifas adicionais de 10% sobre produtos chineses, além de uma tarifa de 25% sobre todas as importações do México e do Canadá.
Essas medidas são justificadas como uma resposta à entrada de drogas e à imigração ilegal provenientes desses países. A China respondeu afirmando que "ninguém ganhará uma guerra comercial" e destacou sua cooperação com os EUA no combate ao tráfico de drogas.
Especialistas alertam que essas ações podem desencadear uma guerra comercial, afetando setores como automotivo e agrícola, e impactando negativamente a economia global.
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