Desde 2022, o governo dos Estados Unidos tem lançado mão de um amplo conjunto de restrições ao comércio de semicondutores e ferramentas para a produção de chips em direção à China.
Vários fabricantes norte-americanos foram proibidos de vender equipamentos para o avanço da tecnologia de chips no país da Ásia Oriental (importantes por seu papel nas áreas da eletrônica e da computação), para cumprir com a agenda geopolítica dos EUA na disputa pela supremacia tecnológica internacional.
Te podría interesar
As restrições bloquearam o acesso da China a alguns recursos importantes para o desenvolvimento de modelos de inteligência artificial generativa — as unidades de processamento gráfico (GPUs) são essenciais para os cálculos complexos e em grande volume que permitem o treinamento das inteligências generativas e a performance de equipamentos eletrônicos, como computadores e smartphones.
O uso estratégico dessa tecnologia permite a criação de sistemas cada vez mais multifacetados para os setores de tecnologia (na disputa comercial de marcas como a Huawei, gigante chinesa que também já foi alvo de sanções dos EUA) e de defesa (sobretudo de equipamentos militares avançados).
Te podría interesar
Mas essas defasagens já estão sendo superadas, de acordo com uma estatal chinesa de telecomunicações.
Forçada a desenvolver sua própria tecnologia, em conjunto à empresa de tecnologia chinesa Huawei, a Telecom chinesa revelou que está desenvolvendo super modelos de linguagem treinados em mais de um trilhão de parâmetros utilizando seus próprios chips.
Isso seria um atestado de "autossuficiência total da China" no treinamento de novos modelos generativos, como afirmou a empresa estatal.
Os chips antes fornecidos pela Nvidia, big tech com sede na Califórnia, agora estão sendo desenvolvidos em parceria com a Huawei, de Shenzhen.
A tecnologia chinesa já está sendo testada para novos e robustos processadores de IA — e, em agosto de 2024, a Huawei disse estar prestes a lançar seu chip Ascend 910C, modelo que visa competir com a Nvidia (especificamente com o modelo HGX H20 da empresa norte-americana).
O chip da Huawei tem previsão para começar a ser comercializado em outubro, prospecto que ameaça diretamente a posição dos EUA no futuro da disputa tecnológica com o país, agora que os embargos demonstraram não ser suficientes.