Depois de debates se o Brasil iria aderir ou não à Iniciativa Cinturão e Rota (ICR), durante a visita de Estado do presidente Xi Jinping ao país foram estabelecidas sinergias entre o Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), o Plano Nova Indústria Brasil, o Plano de Transformação Ecológica, o Programa Rotas da Integração Sul-americana e a Nova Rota da Seda.
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Na China, uma rede de brasileiros e brasileiras engajados em posicionar o Brasil como protagonista em uma nova fase de cooperação internacional, unindo infraestrutura, comércio e cultura, lançou o movimento Brasil na Nova Rota da Seda.
Essa campanha informal conecta duas experiências ancestrais nos territórios da China e do Brasil: a Rota da Seda e a Trilha do Peabiru, ambas em seu tempo construíram pontes entre civilizações e servem de inspiração para o presente.
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A Trilha do Peabiru, antigo caminho sul-americano, e a Rota da Seda, lendária via comercial da Eurásia, compartilham semelhanças que ilustram como redes de comércio e comunicação foram essenciais para o desenvolvimento das civilizações.
As duas serviram como pontes culturais, econômicas e sociais, conectando povos e territórios vastos, e seguem como metáforas poderosas para a integração global contemporânea.
Conexões culturais e espirituais
A Rota da Seda conectava o Oriente ao Ocidente, permitindo a troca de religiões, idiomas, artes e tecnologias entre a China, o Oriente Médio e a Europa. Mercadores e peregrinos transformaram a rota em um canal de disseminação de ideias e práticas.
De forma similar, a Trilha do Peabiru, que atravessava a América do Sul, integrava comunidades indígenas, ligando o Atlântico ao Pacífico. Entre os incas e os povos do atual Brasil, o caminho facilitou o compartilhamento de conhecimentos, práticas agrícolas e crenças.
Essas rotas também carregavam significado espiritual. Para os chineses, a Rota da Seda simbolizava a cooperação pacífica e a abertura cultural. Já o Peabiru, cercado de lendas indígenas, era visto como uma trilha sagrada, unindo terras e povos.
Comércio e trocas de materiais
A Rota da Seda era um eixo para o comércio de seda, especiarias, pedras preciosas e tecnologias, impulsionando as economias regionais e integrando mercados distantes.
Já o Peabiru, embora menor em escala, desempenhou papel importante nas trocas locais de alimentos, artefatos e matérias-primas. Estudos apontam que itens como conchas e penas exóticas circulavam pela trilha, destacando seu papel nas economias indígenas.
Intercâmbio de tecnologia e conhecimento
A Rota da Seda disseminou invenções como a pólvora, a bússola e o papel, moldando o progresso das civilizações eurasiáticas. A Trilha do Peabiru desempenhou um papel mais regional, propagando práticas agrícolas e medicinais entre os povos sul-americanos. Os dois caminhos demonstram como o intercâmbio de ideias contribuiu para o avanço das sociedades.
Uma nova era de integração
Hoje, a iniciativa chinesa Cinturão e Rota resgata o espírito da Rota da Seda, promovendo integração econômica e infraestrutura global.
Para o Brasil, a inclusão nessa rede representa uma oportunidade estratégica de modernizar portos, ferrovias e rodovias, além de estimular o comércio digital.
A integração à Nova Rota da Seda fortalece os laços com a Ásia, criando conexões logísticas que impulsionam o desenvolvimento regional e fomentam a inclusão de regiões menos desenvolvidas no mercado global.
A história do Peabiru e da Rota da Seda revela o poder das conexões humanas e serve como inspiração para o fortalecimento de parcerias internacionais no século 21.
A integração entre nações, ontem e hoje, reforça a ideia de que o progresso nasce da colaboração e do intercâmbio.
Identidade brasileira na Nova Rota da Seda
O Brasil, com sua diversidade cultural e potencial econômico, pode se beneficiar amplamente da integração à Nova Rota da Seda, promovida pela China.
O movimento Brasil na Nova Rota da Seda enfatiza que a entrada do Brasil deve refletir sua identidade única, destacando o conceito de "brasilidade".
O grupo defende uma integração onde o desenvolvimento respeite as raízes culturais e promova o intercâmbio global de forma inclusiva.
"Queremos que o Brasil traga sua originalidade para essa rede global, mostrando ao mundo um novo jeito de construir pontes e prosperidade", afirma o manifesto do grupo.
Princípios do Brasil na Nova Rota da Seda
Inspiração e Integração: Resgatar o espírito de antigas rotas comerciais, como a Rota da Seda e a Trilha do Peabiru, para criar um futuro de cooperação e inovação.
- Brasilidade e Originalidade: Valorizar a diversidade e a criatividade brasileira como pilares para sua contribuição na Iniciativa Cinturão e Rota.
- Desenvolvimento Sustentável e Justiça Social: Buscar crescimento econômico que respeite o meio ambiente e beneficie comunidades locais.
- Cultura e Conhecimento Compartilhado: Promover intercâmbio cultural e educacional, ampliando os horizontes para brasileiros e parceiros globais.
Metas estratégicas
- Fortalecer o comércio e a economia: Inserir o Brasil na Nova Rota da Seda para expandir mercados e atrair investimentos que modernizem setores estratégicos.
- Modernizar a infraestrutura: Aderir ao projeto permitirá avanços em transporte, tecnologia digital e logística, conectando o país de forma mais eficiente.
- Incentivar a inovação tecnológica: Cooperar com parceiros internacionais para impulsionar ciência, tecnologia e novos modelos de negócios.
Leia aqui o manifesto Brasil na Nova Rota da Seda
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